O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares foi ao congresso da Batalha dizer que o PS não se pode esquecer nunca de quem esteve na origem dos partidos socialistas. Falou dos que trabalham 40 horas e ganham pouco. E disse que, após dois anos e meio de Governo, os socialistas podem sair à rua com orgulho. Bateu no peito, e foi aplaudido de pé com punhos erguidos.
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"Se o PS não quiser ter um destino semelhante ao dos seus congéneres europeus, não se pode esquecer nunca quem esteve na origem da criação deste partidos: são centenas de milhares , talvez milhões de portugueses que trabalham 40 horas por semana e que ganham mal, ganham pouco", disse, defendendo que "o PS só manterá uma maioria no país se não deixar de falar para este povo que esteve na origem de partidos como o nosso", que foram criados para representar "a grande maioria dos trabalhadores".
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Pedro Nuno Santos defendeu a participação do Estado como motor de desenvolvimento na economia e lembrou uma frase de Karl Max - "De cada um, segundo sua capacidade; a cada um, segundo as suas necessidades" - para explicar como vê o socialismo. "Contribuímos mais se pudermos mais, contribuiremos menos se pudermos menos", disse o autor de uma moção de estratégia setorial que será debatida amanhã de manhã no congresso e que é vista por muitos como uma forma de marcar terreno para uma eventual sucessão na liderança do PS no futuro.
Pedro Nuno Santos fez questão de separar as águas com PSD e CDS e lembrou que não foi com eles que foi criado o Serviço Nacional de Saúde. E apontou como prioridades do PS reforçar a legislação laboral e manter um sistema público de pensões.
"Nós não contamos com o PSD e o CDS para proteger os trabalhadores. Não é com eles que garantiremos liberdade a quem trabalha, liberdade a quem trabalhou uma vida inteira e que merece uma reforma com decência. Essa liberdade os nossos reformados só têm com um sistema público de pensões. E não é com o PSD e com o CDS que vamos proteger o sistema público de pensões. Nem a educação. Isto não é populismo, isto não é radicalismo. Isto é ser socialista", disse.
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que é visto como um dos obreiros do bom funcionamento da "geringonça" no Parlamento, fez a apologia da atual solução governativa e deixou uma mensagem aos congressistas: "Depois destes dois anos liderados por António Costa, podemos sair lá fora e dizer com orgulho. 'sim eu sou socialista'".
O congresso gostou, levantou-se para o aplaudir e saudar de punhos erguidos.