Pedro Nuno Santos foi ao mercado de Gondomar apelar à concentração de votos no PS
O secretário-socialista defendeu, esta quinta-feira, que “quem atirou o país para eleições quando se sentiu apertado”, como acusa Luís Montenegro de o ter feito, não merece ser premiado com a reeleição, apelando à reflexão dos portugueses.
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“A única coisa que vos posso dizer é que, nestes últimos dias, as pessoas têm de questionar se quem nos atirou para eleições porque se sentiu apertado merece ser reeleito”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante uma vista ao mercado de Gondomar, distrito do Porto, no penúltimo dia de campanha.
Questionado ainda sobre o discurso da véspera e a disponibilidade para cedências na procura de uma solução de governabilidade, respondeu que “é uma coisa de cada vez” e insistiu na ideia que tem defendido nos últimos dias. “Primeiro temos de ganhar as eleições e, depois com o Parlamento que sair do dia 18 de maio, conseguiremos com certeza, como já conseguimos no passado - o Partido Socialista várias vezes, eu próprio com um papel importante nisso - garantir as condições para que tenhamos um Governo com estabilidade para quatro anos, que é o que nós precisamos”, afirmou.
Por outro lado, acrescentou, há muitos eleitores que não quiseram a AD há um ano, mas que não votaram no PS e, a essas pessoas, pediu que não façam o mesmo que se fez nas últimas legislativas, voltando a apelar ao voto útil e à concentração dos votos no PS. Interrogado sobre a irritação de algumas pessoas com as constantes eleições legislativas respondeu: “É natural, porque nós tivemos eleições há um ano”. “Mas é exatamente por isso que eu vos estou a dizer, nós temos de pensar se se devem premiar políticos que geram instabilidade”, reforçou.
“Temos mostrado uma alternativa política"
À pergunta se são justas as críticas de que a campanha está a ser pobre e que Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos não estão a contribuir para o esclarecimento, o líder socialista disse que o PS tem feito o seu trabalho nesta campanha, explicando às pessoas as razões das eleições. “Ao mesmo tempo que temos denunciado aquilo que não correu bem, porque é obviamente também função de quem estava na oposição, mas tenho apresentado em todos os comícios, como vocês sabem, muitas das propostas do nosso programa eleitoral”, ironizou.
Acusa Montenegro de fugir a perguntas dos jornalistas
E acrescentou: “Temos mostrado uma alternativa política e é isso que continuaremos a fazer. Obviamente quem faz as peças e faz as perguntas são vocês e, para bem da democracia, é bom que assim continue a ser”. “Vocês fazem as perguntas, nós respondemos. Às vezes queremos levar para o nosso lado, mas não podemos fugir às vossas perguntas como alguns candidatos fazem”, afirmou, numa referência implícita a Luís Montenegro.
“É muito bonito, se vai casar com alguém, case comigo”
Depois de uma receção calorosa em Gondomar, Pedro Nuno Santos percorreu a feira de roupas, calçado, frutas e legumes e, entre os que garantiram voto no PS também houve quem se mostrasse desagradado com estas eleições. “Lamento muito esta situação, muito. Lamento muito termos de ir votar novamente”, atirou uma senhora, a quem o líder socialista respondeu: “Também eu, mas só há um responsável pelas eleições”. A mesma mulher ripostou “são todos responsáveis”.
Uma outra observou: “É muito bonito, se vai casar com alguém, case comigo”. “Não é o meu partido, mas vou votar em si, a Direita não pode vencer nunca, vamos derrotá-los, vamos vencer, eu vou unir-me a vós, e a minha família, somos todos de outra área, mas vamos unir-nos a vós”, referiu ainda uma outra mulher.