Pedro Nuno Santos respondeu esta tarde ao líder do PSD, que o acusa de ser um “fanático” do “gonçalvismo”, considerando que Luís Montenegro “atacou um Governo de boa memória para os portugueses”, o da "geringonça", e que o fez utilizando “uma linguagem pouco apropriada para quem pretende liderar” o Governo.
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“Estava à espera de ouvir o líder do PSD falar sobre o país, para os portugueses, mas apenas vi uma intervenção cheia de queixas, críticas, de ataques. Uma linguagem aliás muito extremada, panfletária e muito pouco apropriada para quem gostaria de liderar o país”, declarou Pedro Nuno Santos, em Viana do Castelo, aos jornalistas, antes de entrar para uma reunião com militantes e simpatizantes, com casa cheia. Acrescentou que o discurso de Luis Montenegro revela que este “não aprendeu muito com os últimos oito anos”.
“Fez um ataque a uma solução de Governo que é uma memória boa para os portugueses, por oposição a outro governo do qual ele foi líder parlamentar e que constitui uma memória má para os portugueses. Um Governo que infligiu sofrimento ao povo, cortou salários, pensões, que reduziu a despesa social, que aumentou impostos em nome da dívida, que aliás nesse Governo aumentou no final do mandato”, afirmou o candidato socialista, comentando ainda que o Chega “é uma batata quente” para o PSD e o seu líder, tendo em conta o anterior acordo entre aqueles dois partidos .
“O Chega não é um problema do Partido Socialista. Não há nenhum cidadão português que ache que há risco de o PS se entender com o Chega. Essa é uma batata quente do líder do PSD”, disse.
“Aquilo que sabemos, por experiência em relação ao PSD e se olharmos para a experiência governativa mais próxima do PSD, vimos o partido a fazer um acordo com o Chega, depois de ter dito durante toda a campanha que não faria esse acordo [nos Açores]”, adiantou ainda, acrescentando: “Aliás, o vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, diz hoje que esse acordo não foi feito, nem de incidência parlamentar, nem de Governo, mas ele foi feito e esta é daquelas que dá facilmente para comprovar porque o acordo está assinado e tem a assinatura de todos”.
Recusa debates
Manifestou, de resto, que o partido de extrema-direita “é motivo de preocupação” no atual contexto político. “Tivemos oportunidade de ver ontem, o líder do Chega com os líderes de vários partidos de extrema-direita da Europa e, como é evidente, não há nenhum cidadão em Portugal que ache que há algum risco do PS fazer qualquer tipo de entendimento com o Chega e o mesmo não podemos dizer do PSD”, sublinhou.
Pedro Nuno Santos voltou, à semelhança do que tem feito nos seus discursos, a refutar a hipótese de debate interno, apesar de desafiado por José Luís Carneiro. Afirmou que está “concentrado” no combate contra o PSD e no projeto socialista de “construir um país decente, onde consigamos viver melhor”.
“O debate no PS faz-se todos os dias. Nós vamos estar aqui e vamos continuar. Fazer um debate com os militantes do PS é um trabalho que faremos todos os dias até 15 de dezembro. Agora verdadeiramente o adversário do PS - estamos em contexto de campanha legislativa - é o PSD e é nesse combate contra a direita, e o PSD em particular, que quero estar concentrado”, concluiu.