O ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos será ouvido na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP no próximo dia 15 de junho. No dia seguinte, é a vez do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, prestar esclarecimentos aos deputados.
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O presidente da CPI, Lacerda Sales, deu, esta terça-feira ao início da tarde, informação sobre as novas audições na comissão, que incluem vários ex-governantes do governo de Passos Coelho e também de anteriores governos chefiados por António Costa. Entre as audições com os nomes mais sonantes está a de Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas que se demitiu na sequência da polémica indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, a 15 de junho às 16 horas, e a do atual ministro das Finanças, Fernando Medina, que demitiu a então CEO da TAP Christine Ourmières-Widener, a 16 de junho às 10 horas.
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Nas figuras que serão ouvidas nos próximos dias e semanas constam Sérgio Monteiro (ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações), Pedro Marques (ex-ministro do Planeamento e Infraestruturas), Miguel Cruz (ex-secretário de Estado do Tesouro), João Nuno Mendes (ex-secretário das Finanças e do Tesouro), Mário Centeno (ex-ministro das Finanças), João Leão (ex-ministro das Finanças), Pires de Lima (ex-ministro da Economia) e Hugo Mendes (ex-secretário das Infraestruturas).
Lacerda Sales disse aos jornalistas que esta "é uma previsão dos trabalhos da comissão". As audições deverão terminar a 16 de junho, já a votação do relatório da comissão acontecerá a 13 de julho. Durante a tarde desta terça-feira são ouvidos o ex-presidente da Parpública e o ex-presidente da comissão de vencimentos da TAP. Na quarta-feira, o ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas Frederico Pinheiro e a chefe de gabinete de João Galamba vão prestar esclarecimentos à CPI. No dia seguinte, quinta-feira, o ministro das Infraestruturas João Galamba será ouvido.
A constituição da comissão de inquérito à gestão da TAP foi aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro. Tratou-se de uma proposta do Bloco de Esquerda depois da polémica indemnização de 500 mil euros dada pela TAP a Alexandra Reis. O caso resultou na demissão de Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas, e da própria Alexandra Reis, que era secretária de Estado do Tesouro. Em março, Christine Ourmières-Widener foi exonerada pelo Governo do cargo de CEO da TAP.
Em janeiro, e ainda como CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener foi chamada a uma audição parlamentar por causa da polémica com Alexandra Reis. Um dia antes, a CEO da TAP teve uma reunião preparatória com os deputados do Partido Socialista.
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O encontro motivou outra polémica: Frederico Pinheiro tinha notas pessoais do encontro que teriam de ser remetidas à CPI. Enquanto o ex-adjunto de Galamba argumenta que sempre teve disponibilidade para apresentar as notas, o Ministério das Infraestruturas alega que tentou, por diversas vezes, ter acesso àqueles documentos, mas sem sucesso. Segundo a versão da tutela, Frederico Pinheiro não terá informado de que tinha notas da reunião entre Christine Ourmières-Widener e os socialistas.
Por fim, as versões contraditórias resultaram na exoneração de Frederico Pinheiro. O ex-adjunto levou um computador do Estado com informação classificada, segundo o ministério, e reagiu com violência perante membros do gabinete de João Galamba a 26 de abril.