Pedro Nuno vê magia nas oficinas da CP: "É preciso um Governo que goste de ferroviários"
Nas oficinas da CP, no Entroncamento, onde os trabalhadores “fazem magia” todos os dias a transformar comboios antigos, o secretário-geral do PS defendeu, esta terça-feira, a aposta na ferrovia e um Governo que “goste de ferroviários”.
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“Estamos aqui nas oficinas do Entroncamento, numa empresa que é muito importante para o país, com trabalhadores que fazem magia todos os dias, com comboios com 40 anos, como novos, depois de serem transformados aqui”, afirmou Pedro Nuno Santos, no final de uma visita às oficinas da CP, localizadas no distrito de Santarém.
O líder socialista, que nos governos de António Costa tutelou o Ministério das Infraestruturas, aproveitou para defender que é preciso apoiar a CP e o investimento ferroviário.
“E portanto, esta é uma forma também de sinalizar isso, prioridade ao transporte público, prioridade ao transporte ferroviário e investimento na indústria ferroviária”, salientou, depois de observar intervenções que estão em curso em vários comboios.
Recebido com palmas nas oficinas do Entroncamento, Pedro Nuno Santos começou logo a ouvir o desabafo de um trabalhador: “Anda tudo muito mal”. “A sério? É preciso ter um Governo que goste de ferroviários e que acredite a sério na ferrovia”, respondeu prontamente o líder socialista.
Aos jornalistas, Pedro Nuno Santos lembrou que a CP, “ao longo de toda a sua história, sem exceção, era uma empresa deficitária” e realçou na sua governação deixou a empresa numa “situação equilibrada e pela primeira vez na sua história a dar lucro”, considerando que é “um feito na história de uma empresa com a vida da CP”.
“E por isso aquilo que nós precisamos é de uma empresa com saúde financeira, mas de uma empresa também que valorize os seus trabalhadores”, sublinhou, defendendo que é preciso “garantir boas condições de trabalho e salariais” para se conseguir “atrair jovens para trabalhar na ferrovia”.
Pedro Nuno, que enquanto ministro sempre defendeu a aposta na ferrovia, reconheceu ter saudades destas visitas. “Eu gosto da ferrovia, como é óbvio, acho que ela tem um papel central no desenvolvimento nacional e da mobilidade no nosso território e na ligação à Europa, mas depois também a toda a dimensão industrial à volta da CP”, frisou.
Destacando a “capacidade que esta empresa tem de, na prática, quase construir comboios, não é do zero, mas mantendo a caixa, fazer um comboio novo”. “E nós fizemos um trabalho muito importante. Nós reabrimos uma oficina gigante em Guifões. Nós recuperamos material que estava encostado a apodrecer pelo território nacional. Compramos carruagens em Espanha que renovamos com estes trabalhadores. E nós queremos continuar esse trabalho que, na minha opinião, foi travado”, enfatizou.
Dentro das oficinas foi ouvindo as explicações sobre intervenções que estão a acontecer em comboios, entrou em algumas carruagens mais recentes que foram reconvertidas e numa outra, mais antiga, que irá para o Museu Ferroviário. “A CP na prática faz comboios”, realçou Pedro Nuno Santos. Ali trabalham cerca de 400 trabalhadores, mas o líder socialista ouviu que é preciso reforçar as equipas.
Pedro Nuno quer ter o volante do país nas mãos
Antes de seguir para o Entroncamento, a comitiva socialista visitou o Politécnico de Leiria, onde Pedro Nuno Santos teve a oportunidade de se sentar ao volante de um carro de corrida produzido pela equipa de Formula Student desta instituição. O secretário-geral do PS defendeu que é “preciso acelerar” para derrotar a AD nas legislativas, mostrando-se confiante na vitória e alegando que “quem hoje governa Portugal não o sabe fazer bem”.
Sentado no cockpit do veículo, o líder do PS foi questionado pelos jornalistas sobre se acreditava que iria conseguir ter o volante do país nas mãos depois das eleições de 18 de maio. “Não tenho dúvidas nenhumas. Quem hoje governa Portugal não o sabe fazer bem”, acusou.
Auxiliado pelo estudante que lhe explicou este projeto e ajudou na colocação do volante, o secretário-geral do PS foi questionado sobre se tinha precisado da ajuda da esquerda para o conseguir. “Da esquerda, nomeadamente do povo português para ganharmos e derrotarmos uma AD, que é claramente incompetente na gestão do Estado e para isso temos que acelerar”, apelou.
Pedro Nuno Santos assegurou que não tem medo de se despistar e deixou uma garantia: “eu conduzo bem”. Apontando o gosto dos jornalistas por “fazer trocadilhos”, o líder do PS foi ainda questionado sobre o presidente da IL, Rui Rocha, que, sentado naquele carro, usaria o lema do partido para esta campanha, Acelerar Portugal. “Só que o Rui Rocha acelerava era contra a parede”, atirou.
Ao fundo, enquanto Pedro Nuno Santos estava rodeado por câmaras e jornalistas, podia ouvir-se o cabeça de lista do PS por Leiria, Eurico Brilhante Dias, a dizer que “o país já está a desacelerar bastante na economia”.
Pedro Nuno Santos, que antes tinha estado num laboratório de impressão em 3D e pôde pegar num Yoda verde, personagem do Star Wars, feito numa dessas máquinas, terminou a sua visita ao Politécnico de Leiria com um almoço na cantina com os estudantes.
