O PSD saudou a divulgação pela Procuradoria-Geral da República do número de mortos nos incêndios de Pedrógão Grande e desistiu do debate na Comissão Permanente da Assembleia da República.
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"Com a divulgação da lista" pela Procuradoria-Geral da República (PGR), "não faz sentido" o PSD manter o debate pedido, afirmou o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, em declarações aos jornalistas no parlamento, dois dias depois de ter dado um prazo de 24 horas para o governo divulgar os nomes, o que não aconteceu.
Horas após a PGR ter divulgado os 64 nomes das vítimas mortais, que deixaram de estar em segredo de justiça, Hugo Soares disse que, "como é evidente, depois de ter sido publicada a lista, deixa de fazer sentido a exigência do PSD".
"Finalmente, a especulação acabou", disse Hugo Soares, que elogiou a decisão do Ministério Público e criticou o Governo por "gerir politicamente aquilo que não pode nem deve estar no domínio da política".
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Para o líder da bancada social-democrata, o Ministério Público "andou bem, divulgou a lista e pôs também um ponto final em torno daquela especulação à volta do segredo de justiça".
O Governo "não fez o seu trabalho, fez o Ministério Público e fez muito bem", concluiu.
"Finalmente foi posto um ponto final numa especulação criada pela irresponsabilidade do Governo e pela forma como quis gerir politicamente aquilo que não pode nem deve estar no domínio da política", disse.
O PSD afirma que esta é "uma boa notícia" para o país, dado que as famílias podem finalmente ser ressarcidas pelos danos e mortes dos seus familiares" e que agora podem "continuar as suas vidas em paz".
CDS-PP acusa Governo de alimentar tabu
No mesmo sentido, a presidente do CDS-PP considerou positivo que a PGR tenha divulgado a lista das vítimas mortais nos incêndios de Pedrógão Grande e acusou o Governo de ter alimentado "um tabu" sobre esta questão.
"Esperemos que agora se acabe com este tabu que lamentavelmente o Governo alimentou quando não foi claro em relação a esta matéria. Creio que é positivo poder-se ter acesso a essa lista e certamente o Ministério Público fará o seu trabalho", disse Assunção Cristas, à margem de uma visita a um centro de apoio a reformados, em Lisboa.
"Pelo menos agora há uma lista que pode ser consultada e qualquer omissão, repetição ou o que quer seja pode ser conferido por todas as pessoas e isso é positivo", concluiu.