Pizarro afasta “alarmismos” sobre diploma que facilita reconhecimento de médicos estrangeiros
O ministro da Saúde garantiu, ao início desta tarde de segunda-feira, em Amarante, que não há razões para “alarmismos” quanto ao decreto-lei que visa o reconhecimento automático de estrangeiros para a contratação de 300 médicos cubanos que vão começar a trabalhar em Portugal em breve e durante três anos.
Corpo do artigo
“O modelo de reconhecimento do grau académico e o grau de reconhecimento na Ordem dos Médicos será aquele que foi sempre adotado e, portanto, não vejo que haja razões para criar alarmismos dessa matéria”, afirmou Pizarro.
Lembre-se que o Conselho de Escolas Médicas Portugueses (CEMP), que integra as oito faculdades de Medicina Pública, criticou o decreto-lei que visa acelerar contratações de médicos estrangeiros para suprir carências do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para o colégio, o reconhecimento do grau académico concedido por congéneres estrangeiras não faz sentido por considerar que está a “abrir-se uma caixa de Pandora” que “não resolverá problema nenhum”.
Também a Ordem dos Médicos é “contra mecanismos que pretendam aligeirar” a qualidade de formação. O polémico diploma surgiu numa altura em que, como avançou o JN, está em curso a contratação de 300 médicos cubanos e de outras nacionalidades.
Plano da JMJ desenvolvido com toda a tranquilidade
Manuel Pizarro afastou, também, os cenários mais alarmistas de rutura iminentes de hospitais por falta de especialistas e que podem comprometer a resposta à Jornada Mundial da Juventude. “A Direção Executiva do SNS está a trabalhar naturalmente utilizando o funcionamento em rede do Serviço Nacional de Saúde”.
A reação do ministro da Saúde surge após os médicos do Hospital de Viseu pedirem escusa de responsabilidade e alertarem para o risco de fecho da urgência pediátrica e do bloco de partos.
“O plano está traçado e está a ser desenvolvido com toda a tranquilidade. Os dois hospitais ficarão localizados nas zonas de maior concentração, de forma a serem funcionais e próximos que é o que se deseja”.
Pizarro reconheceu que está muito “tranquilo” com o trabalho que está a ser desenvolvido, mas deixa o alerta: “Temos que estar muito vigilantes e cautelosos porque a resposta não se confina à cidade de Lisboa. Na última semana deste mês de julho começara a haver concentrações em todas as dioceses e muitos municípios do país”.