O ministro da Saúde, Manuel Pizarro considera que a proposta de revisão salarial apresentada aos sindicatos dos médicos "é francamente boa" para a classe e "uma belíssima proposta para o Serviço Nacional de Saúde e para os portugueses". A FNAM agendou greve dos médicos para quarta e quinta-feira.
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"Acho que a proposta que o Governo fez é francamente uma boa proposta para os médicos e, sobretudo, uma belíssima proposta para o Serviço Nacional de Saúde e para os portugueses", afirmou este sábado. aos jornalistas, o ministro da Saúde, à margem da apresentação do Livro Branco da Medicina Dentária, no Museu Soares dos Reis, no Porto.
O prazo de negociação definido em protocolo terminou esta sexta-feira, dia 30, sem acordo entre ministério e sindicatos dos médicos. As negociações duram há 14 meses e o Governo marcou novas reuniões: nos dias 5 e 7 de julho com o Sindicato Inpendente dos Médicos (SIM) que também já convocou greve para os dias 25, 26 e 27 de julho. O SIM marcou também greve às horas extraordinárias nos centros de saúde e uma greve à "produção adicional" nos hospitais de 24 de julho a 22 de agosto, bem como várias paralisações regionais.
Os encontros com a Federação Nacional dos Médicos serão nos dias 7 e 11 de julho, tendo a FNAM greve marcada para os dias 5 e 6 de julho e anunciado nova paralisação para agosto que pode coincidir com a Jornada Mundial da Juventude.
"Tenho expectativa que uma análise mais detalhada da proposta nos conduzirá a uma evolução no sentido de aproximar as nossas posições", defendeu o ministro à Imprensa.
Manuel Pizarro criticou as greves enquanto decorrem negociações.
"Pessoalmente, não acho muito lógico que se convoquem greves ao mesmo tempo em que há reuniões marcadas mas respeito, naturalmente, o direito dos sindicatos pensarem de outra forma", defendeu o ministro.
Greves até setembro
Ao fim de 14 meses de negociações, o ministro só apresentou uma proposta de revisão da grelha salarial na última reunião. O presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha defendeu ontem, após reunião com ministro e o conselho nacional do sindicato, o calendário de protestos contra a "incapacidade" do Governo para apresentar "uma grelha salarial condigna".
Os médicos no setor privado param no dia 26 de julho. E há ainda um calendário de greves regionais: 9 e 10 de agosto na região Centro, Alentejo, Algarve e Açores a 30 e 31 de agosto. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, há duas paralisações agendadas (23 e 24 de agosto e 13 e 14 de setembro), tal como na região Norte (6 e 7 de setembro e 20 e 21 de setembro).
Roque da Cunha defendeu que o SIM evitou "até à última hora" agendar greves mas que as propostas são "manifestamente insuficientes".
O conselho nacional da FNAM está este sábado reunido para decidir novas paralisações.
