A nova plataforma desenvolvida pela Escola de Engenharia da Universidade do Minho, com base na tecnologia BIM (Building Information Modeling), promete agilizar os processos de licenciamento urbanístico nas autarquias. O BIM é uma metodologia de colaboração e partilha de informação entre todos os atores do setor da construção.
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O BIM é uma metodologia de colaboração e partilha de informação entre todos os atores do setor da construção, desde o promotor do projeto, passando pelos diversos técnicos, até aos responsáveis pela manutenção ou, em fim de vida, pela demolição.
"O BIM não se esgota na informação geométrica tridimensional e esse é o seu grande valor. Há informação sobre custos, áreas, consumos de material, declarações ambientais de produto", esclarece Miguel Azenha, que, juntamente com José Granja, coordena o projeto.
A plataforma LiMA foi desenvolvida pela Escola de Engenharia da UMinho, em parceria com o Institute for Sustainability and Innovation in Structural Engineering e os municípios de Vila Nova de Gaia e Lisboa, a que se juntaram, mais recentemente, Valongo, Braga e a Reify, a marca da Sonae para o ramo imobiliário.
LiMA vem facilitar a tarefa dos técnicos camarários encarregados de confirmar cada detalhe do projeto
Esta ferramenta permite a visualização e verificação de ficheiros "open source" gerados nos softwares BIM por todos os agentes do processo. Procedimentos demorados, como o preenchimento dos quadros sinópticos e das fichas estatísticas, passam a ser automáticos.
A LiMA vem facilitar a tarefa dos técnicos camarários encarregados de confirmar cada detalhe do projeto, mas também é uma ajuda para os arquitetos, que vão poder fazer a verificação antes da submissão. Isto reduz drasticamente o tempo perdido e os custos com desconformidades não detetadas.
A complexidade das verificações e a necessidade de introduzir correções aos projetos são duas das razões que tornam o licenciamento urbanístico moroso, por isso, há vários países a introduzir soluções deste tipo.
LiMA não terá custos nem para os municípios nem para os requerentes
Este projeto foi, recentemente, um de três escolhidos pela União Europeia para um financiamento de cinco milhões de euros. "Apesar de o valor ser para dividir por um consórcio e apenas algumas centenas de milhões virem para Portugal, ele é fundamental na próxima fase, em que vai ser necessária mais mão de obra", aponta José Granja. Trata-se, por exemplo, de digitalizar os PDM, o REGEU e os diversos regulamentos municipais.
A LiMA não terá custos nem para os municípios nem para os requerentes, ficando disponível em código aberto. Cada Autarquia poderá formatar a aplicação de acordo com as suas regras.
Dada a vontade já manifestada pela Câmara Municipal de Lisboa, os investigadores acreditam que brevemente poderá estar a funcionar um projeto-piloto naquele município.