Instituições estão "no limite máximo" de alunos. Número de candidatos ao Ensino Superior já ultrapassou os 50 mil e prazo só termina na sexta-feira.
Corpo do artigo
O número de candidaturas ao Ensino Superior já superou a barreira das 50 mil, quando ainda faltam três dias para o fim do prazo do concurso. Foram apresentadas 50 578 até segunda-feira, mais 1676 do que em igual período do ano passado. Há 52 242 vagas abertas - o maior número desde 2015 - e o Governo admite que estas conheçam um aumento extraordinário. Ao JN, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) diz que esse aumento só é viável se for feito usando as vagas do concurso especial (para estrangeiros e maiores de 23 anos), como em 2020.
Embora haja, para já, mais candidaturas na primeira fase do concurso atual do que na do ano passado, este ano o prazo foi encurtado dois dias - termina depois de amanhã. Em 2020 registaram-se 62 675 candidaturas ao Ensino Superior, o número mais elevado desde 1996. Em 2019, o último ano antes da pandemia, tinha havido apenas 51 291.
No início do mês, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior admitiu, através de uma nota, voltar a proceder a um aumento extraordinário de vagas "caso as circunstâncias excecionais idênticas às do ano transato o voltem a exigir". Em 2020, o concurso nacional de acesso foi reforçado em quase 5000 vagas.
Alargamento limitado
O presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, prefere "deixar primeiro os números falar", de modo a tomar conhecimento total do número final de candidaturas. No entanto, deixa um aviso: o eventual aumento de vagas terá de ser feito a partir das vagas não preenchidas dos concursos especiais.
"Se elas não forem todas preenchidas, poderemos acomodar" o aumento, refere ao JN o também presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, explicando que "já há capacidade instalada" para esses alunos. De outro modo, as "condições logísticas" dos politécnicos e universidades são um entrave a esse alargamento, explica.
"A maior parte das instituições já está no limite máximo" no que toca à quantidade de vagas respeitantes ao concurso nacional de acesso, alega Pedro Dominguinhos. O académico acrescenta que, se houver aumento extraordinário, os estabelecimentos capazes de receber mais alunos terão de ser analisadas "caso a caso".
Muitas recandidaturas
Ainda assim, o presidente do CCISP considera "prematuro" que se tome uma decisão sobre o número de vagas antes do fim do prazo da primeira fase de candidaturas. Caso ele se verifique, "cá estaremos para responder a esse desafio", assegura. O ministério apenas comunicará a decisão depois de sexta-feira.
Para já, a evolução dos números de candidaturas já permite a Pedro Dominguinhos agradecer aos jovens e às famílias a "confiança" no Ensino Superior. Lembra que, há um ano, as médias de acesso foram "muito elevadas", pelo que, este ano, há fortes possibilidades de existirem recandidaturas.
O JN também tentou obter uma reação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, mas não obteve resposta.
Saber mais
697 euros de propina
A descida foi aprovada no ano passado e o valor máximo da propina, aplicado pela maioria das universidades, mantém-se: 697 euros, com o valor mínimo nos 495 euros. A bolsa mínima subiu para 871 euros em 2020, e o limiar de acesso foi alargado.
Calendário
As colocações são divulgadas a 27 de setembro. No mesmo dia arranca a segunda fase de candidaturas, que se prolonga até 8 de outubro. A terceira fase vai de 21 a 25 de outubro.
Infetados na 1.ª fase
Os finalistas do Secundário que só foram a exame na segunda fase por estarem infetados com covid-19 ou em isolamento podem candidatar-se à primeira fase do concurso de acesso.