A proposta de revisão do regime de formação inicial de professores prevê um estágio, no segundo ano de mestrado, de 12 horas letivas, podendo os estagiários assumir turmas. Para as 14 escolas superiores de Educação públicas, o modelo é incompatível com o Pré-Escolar e 1.º ciclo e diminui a qualidade da formação.
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“É totalmente inaceitável que um estagiário possa assumir a responsabilidade autónoma por um grupo de creche ou turma de 1.º ciclo”, mesmo que não seja no horário completo, afirma o diretor da Escola Superior de Educação do Politécnico de Bragança. Carlos Teixeira também é presidente da Associação de Reflexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas Superiores de Educação (ARIPESE), que reúne as 14 ESE públicas e aprovou um parecer que critica a proposta do Governo. Se o diploma for aprovado tal como foi apresentado irá ser cumprido “contra a vontade” das ESE, garante ao JN.
“É um retrocesso”, defende. A prática supervisionada deve ser progressiva e não estar concentrada apenas no último ano de formação, considera. Depois, apesar da proposta não ser clara quanto à sua operacionalização, o modelo de estágio proposto no Pré-Escolar e 1.º ciclo introduz uma “descontinuidade pedagógica”, sendo isso “um atentado contra os direitos das crianças”, defende.