A ligação de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa, cuja primeira fase deverá estar concluída até 2028, contempla a construção da oitava ponte sobre o rio Douro, que terá o nome do antigo bispo do Porto D. António Francisco dos Santos.
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O estudo de impacte ambiental da ligação entre Porto e Lisboa em Alta Velocidade ainda está em consulta pública. No entanto, as partes estão de acordo em manter o nome do antigo bispo na nova ponte. A designação ia ser atribuída à ponte rodoviária cujo projeto caiu porque a nova travessia da alta velocidade vai ter dupla função: tráfego automóvel, ciclável e pedonal (no tabuleiro inferior) e ferroviário (superior).
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, espera "uma revolução" nos transportes da cidade, com "a Linha Amarela, a Rubi [ambas do metro] e o TGV". A ponte tem de ficar pronta "até finais de 2028", acrescenta, porque uma parte do financiamento é de fundos europeus. Provêm do Plano de Recuperação e Resiliência, que termina em 2026, e do Portugal 2030, que acaba em 2029. O relatório síntese do estudo prévio aponta para a construção de uma ponte semelhante à D. Luís I, com 420 metros de extensão e duas rotundas como pontos de ligação rodoviária às cidades do Porto e de Gaia. Ao nível ferroviário, ligará a nova estação de metro de Santo Ovídio, em Gaia, à estação de Campanhã, no Porto. Segundo o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, Campanhã ficará com condições para ser "o principal "hub" ferroviário do país", pois será o ponto central no novo trajeto que percorre Portugal e Espanha entre Lisboa e Vigo.
Quando a primeira fase estiver concluída, a atual ligação entre Porto-Lisboa, que agora demora quase três horas com três paragens, demorará duas horas sem paragens. Quando todo o trajeto até Lisboa estiver terminado, depois de 2030, a duração da viagem será de uma hora e 15 minutos, igualmente sem paragens.
Segundo o estudo de impacte ambiental, a nova ponte custará 110 milhões de euros e terá o concurso público para projeto e obra lançado ainda este ano. Será a oitava ponte sobre o Douro, depois da Arrábida, D. Luís I, São João, Maria Pia, Infante, Freixo e nova travessia do metro.
Embora a conclusão da oitava ponte esteja prevista para 2028, a nova linha poderá só estar funcional em 2029. Assim, daqui a seis anos, serão 38 comboios por dia a atravessar a nova ponte, com 19 viagens por sentido, das quais 12 não terão paragens. Os comboios passarão no tabuleiro superior a uma velocidade entre 70 e 120 quilómetros por hora, semelhante à da ponte ferroviária de São João. A velocidade máxima rodoviária ainda não está definida.