Salão de chá está aberto no centro da Trofa desde 2002. Tudo confecionado de forma artesanal.
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Maria João Lima não deixa nada em mãos alheias: das massas folhadas aos recheios, confeciona tudo de forma artesanal, à mão, com o desvelo de quem põe a alma naquilo que faz. Por isso, no salão de chá Ponto Xic, no coração da Trofa, tudo tem de sair perfeito. E delicioso, como no tempo dos avós, de quem herdou receitas - como a do pão de ló, um dos ex-líbris da casa - e o gosto pela arte da pastelaria e por servir bem os clientes.
"Tudo o que vendo aqui é feito por mim, artesanalmente, e não vendo nada do dia anterior. Todos os dias faço a massa folhada fresca e os cremes de forma manual. Qualquer doce que faça aqui é diferente, pelo facto de ser feito de forma artesanal. É importante a forma como se faz, e a própria matéria-prima, que tem de ser de qualidade, é feita à moda antiga. Isso faz toda a diferença, e os clientes notam", garante Maria João Lima, que abriu o Ponto Xic em 2002 e resgatou ao passado o negócio dos avós, José Lima e Olívia Rêgo.
"O gosto de fazer doces é de família. Os meus avós tiveram o Ponto Xic há 80 anos, no Largo Ponto Chic, no sítio onde está a placa [toponímica]. Na altura, era mesmo uma pastelaria, e muito conceituada na zona. Trabalhava muito. Era frequentada por pessoas com muito bom gosto e que apreciavam o bom doce", evoca a trofense, lembrando que, então, já a receita de família do pão de ló fazia sucesso.
Os pais de Maria João não deram continuidade à arte, mas ela e a irmã aprenderam todos os segredos da doçaria com um tio que também era pasteleiro e que havia regressado do Brasil. "Quando veio, começou a fazer para fora o pão de ló e os doces da Páscoa, e as pessoas da Trofa esgotavam-nos depressa", recorda a proprietária do Ponto Xic, que há duas décadas abriu na Rua D. Pedro V e há cerca de 15 anos passou para a Rua Conde S. Bento, para um espaço luminoso na principal artéria comercial da cidade.
Como trabalha a solo no fabrico de todos os doces - sejam jesuítas, chous, queques, éclaires, natas ou bolos de aniversário, entre outros -, o ideal é encomendá-los, por telefone, sempre que se pretendam maiores quantidades.