"Por agora, a intenção é que encerrar uma escola seja uma exceção", diz Graça Freitas
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou esta sexta-feira que, neste momento, as autoridades de saúde ponderam encerrar escolas com casos de covid-19 apenas em situações excecionais, se houver transmissão comunitária intensa.
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O impacto de fechar uma escola é tão grande que vamos tentar ser cirúrgicos
Durante a habitual conferência de imprensa de apresentação dos dados epidemiológicos do país, Graça Freitas reconheceu que o início do ano letivo representa "uma grande preocupação para todos" - desde pais a autoridades de saúde - mas que, "pelo menos por agora", o encerramento de um estabelecimento de ensino será decidido apenas "em casos excecionais".
"Em primeiro lugar, terá a ver com a situação dentro da escola: quantas pessoas estão doentes e a própria movimentação desses cidadãos na escola", explicou, sublinhando que poderá optar-se apenas por isolar uma turma ou uma ala do estabelecimento escolar. "Depois, há outra circunstância que tem a ver com a situação epidemiológica da comunidade": se há ou não transmissão comunitária intensa.
"O impacto de fechar uma escola é tão grande que tem de haver critérios e vamos tentar ser cirúrgicos", frisou Graça Freitas.
"Pais têm direito a ficar com os filhos menores obrigados a isolamento"
Caso sejam detetados casos positivos de infeção por SARS-CoV-2 e os alunos tenham de ficar em casa, em isolamento, a ministra da Saúde recordou que os pais "têm direito" a acompanhá-los, beneficiando do apoio que já estava em vigor.
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Marta Temido aproveitou ainda para apelar ao comportamento responsável dos alunos, neste regresso às aulas. "Estamos melhor preparados, em termos de recursos e de conhecimentos, mas até chegar a vacina ou um tratamento eficaz, há um risco real", sublinhou, realçando que, "para achatar a curva" é necessário "um esforço individual".
Questionada em relação à decisão do governo britânico de retirar Portugal continental do seu corredor aéreo, a ministra da Saúde não se alongou, afirmando apenas que "não podemos concordar, mas respeitamos".
"Famílias, o convívio tem de ser diminuído"
A propósito do uso de máscara em espaços exteriores, Graça Freitas voltou a defender que "depende sempre desse exterior" e aproveitou para fazer um apelo aos portugueses.
"As famílias têm de entender que, se vivem em casas diferentes, quando se juntam estão a juntar mundos diferentes. O convívio tem de ser diminuído", sustentou, acrescentando que, na análise dos surtos por covid-19, a transmissão familiar é a grande responsável.