O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, manifestou-se esta quarta-feira "confiante" de que será possível "fazer uma legislatura" com o PSD na qual, embora sem maioria absoluta, há "uma clara maioria e um sentido de busca do compromisso".
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"Estou bastante confiante de que, assim como foi possível completar uma legislatura com governo de coligação, será possível fazer uma legislatura em que apesar de não haver maioria absoluta há uma clara maioria e um sentido de busca do compromisso, do equilíbrio e do acordo, que permita corresponder à vontade dos portugueses", expressou Paulo Portas.
Ao lado do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, num hotel de Lisboa, o líder do CDS-PP sublinhou que o acordo hoje assinado entre os dois partidos "é de governo, portanto, sublinha em definitivo que quem venceu as eleições deve ter a responsabilidade - respeitadas as competências do senhor Presidente da República - de formar governo e integra a correta leitura dos resultados, que apontam para uma política de compromisso e para uma atitude de abertura".
"Quando não há uma maioria absoluta é preciso promover o caminho da governabilidade. O nosso projeto é governar quatro anos, o tempo que a Constituição prevê para uma legislatura", frisou.
Paulo Portas considerou que "a coligação ganhou porque merecia ganhar pelo trabalho que fez pelo país", ressalvando que "esperar mais talvez fosse esperar demais" e sublinhando que "o resgate foi muito duro para muitas pessoas e para muitas famílias".
"Há feridas por sarar e, se houver estabilidade, como trabalharemos para que haja, viveremos uma legislatura em que podemos consolidar o crescimento económico, podemos acelerar a criação de emprego, podemos garantir a recuperação de rendimentos e podemos realizar a moderação fiscal. Tudo isto num quadro de prudência financeira e orçamental", sustentou.
Segundo Paulo Portas, o acordo estabelecido com o PSD "assume uma cultura de compromisso, uma prática de negociação e uma atitude de abertura" e os dois partidos "dão assim cumprimento ao seu primeiro compromisso eleitoral: criar condições para que Portugal tenha um executivo coerente", decorrente de terem vencido as eleições.
O presidente do CDS-PP recordou que, apesar de se abrir um quadro parlamentar distinto, "essa cultura parlamentar não é nova" aos partidos da coligação, destacando os consensos alcançados durante o governo anterior, com maioria absoluta, para a reforma do IRC, o aumento do salário mínimo nacional e a reforma laboral.
O líder centrista reiterou que a leitura que faz dos resultados é "clara e é franca": "Os portugueses quiseram dar o governo de Portugal à coligação Portugal à Frente, não quiseram que dispuséssemos de maioria absoluta. É neste novo quadro que temos de saber agir, ler corretamente a vontade popular e tirar daí as consequências", disse.
"Em campanha assinalam-se as diferenças, sublinham-se os contrastes, fazem-se as escolhas. No dia das eleições o povo fala, contam-se os votos e depois é naturalmente tempo de trabalhar para a governabilidade e para a estabilidade do país", declarou.