A primeira casa de acolhimento para doentes com leucemia e linfomas em fase de tratamento ou terapêutica é esta terça-feira inagurada em Lisboa. O espaço foi criado pela Associação Portuguesa Contra Leucemia.
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A Associação Portuguesa Contra Leucemia, (APCL), vai inaugurar, esta terça-feira, a primeira casa de acolhimento em Lisboa para doentes adultos que estejam a receber tratamentos devido a leucemia e linfomas. A Casa Porto Seguro é "uma habitação destinada a doentes hemato-oncológicos deslocados, em fase de terapêutica ou transplante, e familiares que os acompanham".
O serviço é gratuito, em termos de estadia, tendo os doentes e cuidadores de "suportar os custos da sua alimentação", revelou a APCL. O novo espaço é composto por oito quartos, cozinha e áreas de lazer. O objetivo passa por garantir "que os doentes possam ter acesso ao transplante ou terapêutica inovadora e para que os cuidadores durante esses períodos de tratamento e isolamento necessário à recuperação possam permanecer na Casa da APCL e acompanhar o doente, proporcionando o carinho e apoio presencial, essencial à recuperação de todos", informou a associação em comunicado.
A necessidade de criação do espaço deve-se ao facto de a APCL ter "vindo a notar uma crescente necessidade de apoio a doentes com carências económicas com necessidade de se deslocarem dos locais onde vivem para se submeterem a um transplante de medula óssea (ou para acompanhar um familiar nessas circunstâncias) ou outras terapêuticas life saving mais específicas". Em Portugal as Unidades de Transplante de Medula óssea estão centralizadas em Lisboa, Coimbra e Porto.
"É com grande satisfação que abrimos oficialmente as portas da primeira casa de acolhimento para doentes hemato-oncológicos adultos em Lisboa. Este é um projeto que foi ganhando forma nos últimos anos e que agora vemos finalmente concretizado", disse Manuel Abecassis, presidente da APCL., convicto que "fará a diferença na vida de muitos doentes, e familiares que os acompanham, numa fase particularmente vulnerável".
O novo espaço foi cedido pela Câmara Municipal de Lisboa e o edifício foi totalmente restaurado nos últimos dois anos. Durante este período, a APCL desenvolveu muitas iniciativas que permitiram a recuperação da casa. Os custos rondaram os 700 mil euros. Localiza-se junto ao Hospital de Santa Maria e ao Instituto Português de Oncologia de Lisboa, na Rua D. Luís de Noronha 43.
Os doentes serão admitidos na Casa através de pedido de apoio submetidos pelas assistentes sociais dos Serviços de Hematologia dos IPO de Lisboa, Hospital de Santa Maria e Hospital dos Capuchos.
A inauguração contará com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, da secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e do presidente da APCL, Manuel Abecassis. O evento irá desenrolar-se em dois horários: no primeiro momento às 16 horas, na Casa Porto Seguro, e no segundo, às 17 horas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde decorre cerimónia mais alargada.
Fundada por doentes e médicos
A APCL teve a sua origem em janeiro de 2002 por iniciativa de um conjunto de doentes que sobreviveram a doenças hemato-oncológica (leucemias e linfomas) e de um grupo de médicos do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (IPOFG) de Lisboa, que os trataram.
O foco principal dos fundadores baseou-se na compreensão da importância de consciencializar e sensibilizar a sociedade civil no apoio a todos que lutam contra estas doenças.
A missão da APCL tem como principal intuito colaborar, a nível nacional, para aumentar a eficácia do tratamento das leucemias e outras neoplasias hematológicas afins, investindo para a investigação científica com um projeto de atribuição de Bolsas e colaborando na formação para profissionais de saúde.