Os governos de Portugal e de Marrocos assinaram, esta sexta-feira, uma declaração conjunta em que "deploram" a invasão da Ucrânia pela Rússia e defendem a execução de uma nova agenda económica para o desenvolvimento da região do Mediterrâneo.
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Estes dois pontos foram divulgados no final da XIV Reunião de Alto Nível Portugal-Marrocos, em Lisboa, antes das declarações aos jornalistas pelos primeiros-ministros português, António Costa, e marroquino, Aziz Akhannouch.
"Ambos os países deploram a invasão da Ucrânia e apelam a uma solução que respeite os princípios do direito internacional e a Carta das Nações Unidas, incluindo o respeito pela soberania e integridade territorial de todos os Estados. Os dois chefes de Governo manifestaram a sua preocupação com as violações dos direitos humanos e do direito humanitário e com os crimes contra a humanidade que têm sido registados no contexto do conflito", assinalam os executivos de Lisboa e de Rabat.
Neste ponto, Portugal e Marrocos salientam "as consequências negativas globais da guerra, nomeadamente nos setores da energia e da segurança alimentar" e apoiam os esforços do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, "para atenuar a crise alimentar mundial, através da iniciativa dos cereais do Mar Negro".
Os dois países apelam ainda ao "cumprimento dos compromissos internacionais em matéria de controlo nuclear e de armamento".
No atual contexto geopolítico, no âmbito regional, os governos português e marroquino "sublinham o seu empenho na boa execução da Nova Agenda para o Mediterrâneo para o desenvolvimento socioeconómico e para uma maior integração económica".
"Durante a Cimeira Euro-Mediterrânica, prevista para o segundo semestre do ano, devem ser debatidas as questões estratégicas como a energia e transição ecológica e digital, a segurança alimentar e energética, o desenvolvimento socioeconómico e investimentos, bem como as migrações e a mobilidade", lê-se na declaração conjunta.
No mesmo documento, os dois países reafirmam "o interesse estratégico da parceria privilegiada entre Marrocos e a União Europeia, considerada um pilar de estabilidade no Mediterrâneo, e congratulam-se com a implementação dos vários acordos e o desenvolvimento de novos tipos de parceria, como a parceria verde entre a União Europeia e Marrocos".
Neste ponto, "Portugal reitera o seu empenhamento em continuar a desenvolver a parceria privilegiada União Europeia-Marrocos, que é já a mais profunda e abrangente da vizinhança meridional".
Por sua vez, "o Reino de Marrocos congratula-se com o compromisso assumido por Portugal, que reflete um profundo empenho no desenvolvimento de uma parceria harmoniosa entre Marrocos e a União Europeia ao serviço dos seus interesses comuns".