Somos o oitavo país da União Europeia com maior produção per capita, numa média diária de 1,4 kg, e dos que mais encaminham para aterro.
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Com mais de 5,6 milhões de toneladas de resíduos urbanos produzidos em 2023, Portugal é o oitavo país da União Europeia (UE) com o maior valor per capita. Numa média diária, no ano em análise, de 1,4 quilogramas por residente, “mais do dobro do registado em 1995”. Sendo também um dos países que mais encaminha para aterro os seus resíduos. Chegando aos 54%, bem longe da meta europeia de 10% em 2035.
De acordo com os dados coligidos pela Pordata, a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala hoje, “desde 2020” Portugal figura “entre os dez países” onde a percentagem de resíduos encaminhada para aterro é mais elevada. De tal ordem que, conforme inscrito no Orçamento do Estado para este ano, o Ministério do Ambiente aprovou um plano de emergência para aumentar a capacidade instalada enquanto “as recolhas e tratamentos seletivos ganhem escala”.
Em 2023, foram depositados em aterro três milhões de toneladas de resíduos, num crescimento de 3% face ao ano anterior. Em sentido inverso, a valorização energética caiu 9,5%, para 976 mil toneladas. Seguem-se a valorização orgânica (9345mil, +2,6%) e a multimaterial (696 mil, + 0,1%). De acordo com o levantamento feito pela tutela, em 2022, dos 35 aterros existentes apenas 13 tinham capacidade disponível superior a 20%.
Dependência energética
Recuando também aos anos 90 do século do passado, o levantamento feito pela Pordata mostra que “o consumo de energia português foi o que mais cresceu desde o início” daquela década no contexto da UE – mais 22%, apesar de per capita estar abaixo da média europeia. Período em que o nosso país duplicou a produção de energia, “fruto do aumento das energias renováveis”.
Contudo, produzimos “apenas um terço” do que consumimos. Com a dependência energética do exterior a fixar-se nos 67%, que compara com 85% no início do século. Mas acima da média dos 27 Estados-membros, nos 58%.
Pormenores
Emissões de gases...
Em 2023, Portugal era o terceiro país da UE com o valor mais baixo de emissões de gases com efeito de estufa: 5 toneladas per capita de dióxido de carbono.
... e de partículas finas
Já nas emissões de partículas finas pela indústria assume o pior desempenho, com um valor cem vezes superior ao da Alemanha.