Portugal exporta e usa cada vez mais canábis medicinal nos hospitais públicos
A utilização de substâncias ativas da planta canábis para fins terapêuticos está a aumentar nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O negócio da canábis medicinal está a crescer em Portugal, mas os doentes enfrentam dificuldades para pagar os tratamentos.
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Pouco mais de seis anos após a regulamentação do uso da canábis para fins medicinais em Portugal, há hoje mais hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a usar substâncias ativas à base daquela planta em doentes. Entre janeiro e novembro do ano passado, o consumo hospitalar no setor público chegou às 950 unidades. Em 2023 tinham sido utilizadas 707 unidades e em 2022, 524. Também a quantidade de canábis medicinal exportada - planta, preparações e substâncias - a partir do território nacional não tem parado de subir. Surgem agora pedidos para comparticipar os produtos que, com valores a rondar as centenas de euros, não são acessíveis a todos os que precisam deles.
Os dados revelados ao JN pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) mostram que, desde 2015, o consumo em meio hospitalar de substâncias ativas de canábis para fins medicinais tem crescido. Apesar da utilização da planta para uso terapêutico ter sido apenas regulamentada em janeiro de 2019, a legislação nacional "sempre possibilitou a utilização de substâncias controladas, como é o caso da canábis, para fins medicinais", clarifica o regulador num documento sobre o tema.