Apenas 27,6% dos agregados têm crianças a cargo e, em 2023, mais de metade dos nascimentos foram de primeiros filhos. Adiamento da fecundidade dificulta transição para o segundo filho.
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Não lhes podemos chamar filhos únicos, porque o relógio biológico é que manda. Mas a tendência, que se consolida de ano para ano, é de termos agregados com apenas uma criança a cargo. Num país onde mais de metade dos nascimentos, em 2023, foram de primeiros filhos. E que enfrenta um problema de transição para o segundo. Não estivesse a idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho nos 30,6 anos. Centrando sonhos e expectativas nessa única criança. Que, acima de tudo, e porque hoje é o seu dia (são todos), importa ouvir.
Os dados do Eurostat, gabinete de estatísticas europeu, colocavam, em 2022, Portugal como o terceiro país da União Europeia (UE) com mais agregados com apenas um filho (16,8%), sendo que em 72,4% não há crianças a cargo. Por outro lado, é dos países que têm menos famílias com dois (9%) e três ou mais filhos (1,7%). E entre 2009 e 2022 foi o quarto país que mais viu descer a proporção de agregados com filhos (-6,7%), de 34,3% para 27,6%.