A REN volta a baixar as restrições à importação de eletricidade espanhola a partir desta segunda-feira.
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Portugal inicia nesta segunda-feira mais uma etapa para a reposição das importações de eletricidade espanhola que vigoravam até 28 de abril, quando se deu o apagão ibérico, que deixou o país sem luz.
Nos primeiros dias após o apagão, o país conseguiu ser auto-suficiente na produção elétrica, mas, aos poucos, tem vindo a alargar as importações, de forma gradual, por forma a conseguir ter estabilidade no sistema.
Do ponto de vista técnico, o que vai acontecer na semana de hoje até 2 de junho é que “a capacidade de interligação entre Portugal e Espanha será limitada, no sentido importador, a 2000 MW nos períodos entre as 9 e as 10 horas e entre as 19 e as 20 horas, e a 2500 MW nos períodos entre as 10 e as 19 horas. Não existirão limitações nos restantes períodos horários do dia”, de acordo com uma nota da REN - Redes Energéticas Nacionais.
Os tetos das limitações são mais altos do que os existentes na semana precedente, permitido aumentar os volumes da importação, em especial, nas horas de sol, que é quando Espanha atinge os maiores picos de produção de energia solar, mais difícil de controlar do que a gerada por outras fontes.
Aquando do apagão, Espanha tinha atingido um pico de produção de energia solar. Embora ainda se desconheçam as causas do evento de 28 de abril, alguns especialistas admitem que a sobrecarga de tensão terá levado ao colapso do sistema.
No momento da paragem, Portugal estava a importar 30% de eletricidade de Espanha, um recurso usual por ficar mais barato do que o fornecimento apenas feito com energia nacional.
Na próxima quarta-feira, a REN deverá entregar à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) um relatório sobre o apagão, depois de ter solicitado um adiamento, por não ter conseguido aceder a informação relevante no prazo de 20 dias úteis inicialmente estabelecido.