Dados do Eurostat mostram que, no ano passado, 8,7% dos jovens entre os 15-29 não trabalhava, não estudava e não estava em formação. Média da União Europeia de NEET nos 11% .
Corpo do artigo
Portugal integra um conjunto de apenas nove países da União Europeia (UE) que cumprem já a meta definida para 2030 de ter menos de 9% dos jovens entre o 15-29 anos em situação “NEET”, isto é, que não estudam, não trabalham e não frequentam uma ação de formação, também conhecidos como "jovens nem-nem". No ano passado, 8,7% dos nossos jovens – cerca de 140 mil - estavam naquela condição, menos 0,2 pontos percentuais face a 2023, sendo assim o nono país com a taxa mais baixa da UE. Cuja média baixou para os 11%.
De acordo os mais recentes dados do gabinete de estatísticas europeu (Eurostat), além do nosso país, Países Baixos (4,9%), Suécia (6,3%)Malta (7,2%), Irlanda e Eslovénia (ex aequo, 7,6%), Dinamarca (8%), Alemanha (8,5%) e Chéquia (8,6%) integravam a lista de Estados com uma taxa NEET na faixa 15-29 anos abaixo dos 9%. Face a 2023, na lista de países que alcançaram a meta traçada para 2030 há a registar a saída do Luxemburgo (passou de 8,5% para 9,9%) e a entrada da Chéquia, que vinha de uma taxa de 10,1% . Em sentido inverso, Roménia (19,4%), Itália (15,2%) e Lituânia (14,7%) apresentam a maior proporção de jovens que não trabalham, nem estudam ou estão em formação.
Impacto igual entre homens e mulheres
Analisando em mais detalhe o nosso país, de referir que, em 2023, havia invertido a tendência de descida de jovens NEET iniciada em 2021, com a proporção de jovens naquela condição a subir 0,4 pontos percentuais, para os 8,9%. Uma curva descendente que já vinha, pelo menos, desde 2015, tendo sido interrompida em 2020, primeiro ano de pandemia, com aquela taxa a chegar aos 11%. Inatividade que afeta de igual forma tanto os homens como as mulheres, ambos nos 8,7%, enquanto no conjunto dos 27 Estados-membros aquela taxa atinge mais o sexo feminino (12,1%) do que o masculino (10%).
Se alargamos a leitura até aos 34 anos, os dados do Eurostat dão também nota de uma descida no ano passado, fixando-se nos 9% (menos 0,3 pontos percentuais). Na média da UE, e para os 15-34, caiu 0,3 pontos para os 12,1%. Como nota o Eurostat, “a transição da educação para o trabalho tornou-se mais complexa”. Na medida que “os jovens trocam de emprego com mais frequência demorando mais tempo a estabelecerem-se no mercado de trabalho”. Mas também devido ao aumento de trabalhadores-estudantes.