Os passageiros portugueses em trânsito para a Índia foram surpreendidos nesta quarta-feira com a anulação de todos os vistos emitidos este ano e, à chegada ao destino, serão colocados em quarentena por 14 dias. O Governo indiano tenta conter a propagação do coronavírus, no momento em que já há 81 infetados, um morto e três curados naquele país.
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Falta saber o que acontecerá aos viajantes lusos após esse período de quarentena. A mudança das regras de entrada no território foi determinada esta quarta-feira, quando muitos passageiros, incluindo portugueses, já estavam em trânsito para a Índia. Em Portugal, não há voos diretos e a maioria dos percursos obriga a escala em Espanha e em França. Ora, as novas diretivas do Governo indiano colocam entraves à entrada de cidadãos que voem a partir de aeroportos nessas nações.
Todos os passageiros que cheguem ao país e tenham visitado ou passado pela China, pela Itália, pelo Irão, pela Coreia do Sul, pela França, pela Espanha e pela Alemanha a partir de 15 de fevereiro terão de cumprir uma quarentena por um período mínimo de 14 dias. Acresce a isto, o cancelamento total de todos os vistos emitidos a estrangeiros desde janeiro, exceto para funcionários diplomáticos e das Nações Unidas. A emissão de vistos está suspensa até ao dia 15 de abril.
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A quarentena obrigatória à chegada aos aeroportos da Índia não é só para estrangeiros. Aplicar-se-á também a cidadãos indianos. Esta alteração das regras apanhou de surpresa quem tinha viagem planeada para o país e quem já estava a meio do caminho. Como todos os vistos foram cancelados, falta saber o que sucederá aos cidadãos portugueses que aterrem em território indiano, após o cumprimento da quarentena.
Desconhece-se se será autorizada a entrada no país ou se terão de ser repatriados. O JN procurou obter informações junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas não obteve resposta. Entretanto, o Governo confirmou a suspensão dos vistos no Portal das Comunidades Portuguesas e desaconselha as "viagens não essenciais" à Índia.