Diretor do Serviço alerta para "crescimento exponencial" e apela "à coordenação" de todos.
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Desmontam-se números como chamada de atenção. Numa mensagem de alerta. A procura pelo Serviço de Urgência do Hospital de São João, no Porto, disparou nos últimos cinco dias, com o número de casos suspeitos de infeção por SARS-CoV-2 a aumentar entre 40% a 50%. E se, nos últimos três meses, a taxa de positividade - testes positivos por casos suspeitos - estava nos 1% a 2%, ontem chegou "praticamente aos 20%", com 15 casos laboratorialmente confirmados.
O ponto de situação foi nesta manhã feito pelo diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário de São João, Nelson Pereira, para quem é já "inequívoco" que a pandemia alastrou "da região de Lisboa e atingiu o Porto e a região".
Sendo o São João - unidade hospitalar do país que mais episódios de urgências recebeu no ano passado - "um hospital sentinela do que passa no resto da região, a situação é preocupante", frisa o médico. Razão pela qual, defende, é chegada a altura "de as estruturas se coordenarem e verificarem os planos de contingência"
Segundo explica ao JN Nélson Pereira, o Serviço de Urgência passou de 45 a 50 casos suspeitos diários para 55 a 80 nos últimos cinco dias. Com tendência crescente. Ontem, 15 positivaram a SARS-CoV-2, levando a taxa de positividade a chegar aos 20%. Quantos, deste universo, tinham já sido imunizados contra a covid-19 o diretor daquele serviço não consegue, ainda, quantificar. Revelando, no entanto, que 6% dos doentes internados por Covid-19 no Hospital de São João estavam já vacinados, "em linha" com a realidade nacional e europeia.
Atualmente, revela, o São João tem 22 doentes internados em enfermaria e 14 em Cuidados Intensivos. Não esperando Nelson Pereira, apesar do aumento de casos, uma maior pressão sobre os internamentos como nas outras vagas, devido ao nível de vacinação da população. "Não há aqui nenhum dramatismo, temos população vacinada, o padrão de gravidade é diferente", afirma.
Para apelar ao cumprimento da medidas não farmacológicas, como sejam o uso de máscara e o distanciamentos social, e à procura de aconselhamento médico, via SNS 24, ao aparecimento dos primeiros sintomas. Face ao "crescimento exponencial, é o momento de todos se coordenarem", remata.