Visita do Santo Padre ao nosso país deverá ter efeitos reduzidos na actividade económica.
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O turismo religioso em Portugal envolve sete milhões de pessoas por ano. Face a este indicador, dará a visita do Papa um impulso à nossa economia? As opiniões dividem-se, mas parece não haver motivos para grandes entusiasmos...
Estima-se que o turismo religioso no nosso país gera receitas anuais na casa dos 700 milhões de euros. Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo, espera, assim, que se aproveite a visita de Bento XVI "para comunicar Portugal e este produto turístico".
O secretário-geral da Confederação do Turismo Português, Jorge Catarino destaca ainda "a importância de divulgar Portugal e destinos como Lisboa, Porto/Norte e Fátima/Centro, junto dos turistas e jornalistas que nos visitarem".
No sector hoteleiro, não se esperam grandes subidas. Segundo a Associação da Hotelaria de Portugal, em Fátima, a oferta esgota sempre no 13 de Maio, enquanto se espera que, em Lisboa e no Porto, a taxa de ocupação fique acima dos 50%.
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), refere que a visita papal "trará alguns ganhos, muito localizados, na actividade económica, que não compensarão as perdas globais do sector".
Por seu turno, Francisco Maria Balsemão, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários, considera a vinda de Bento XVI "potencialmente vantajosa, mas com impacto reduzido na economia". No seu entender, "é de esperar algum dinamismo do turismo, na restauração e um aumento da procura dos transportes".
E os operadores de transportes públicos estão a postos para esta semana. A CP colocará mais comboios nos urbanos de Lisboa (amanhã) e Porto (dia 14) e terá maior oferta de lugares em viagens de longo curso.
Apesar dos condicionalismos de trânsito na capital e na Invicta, Carris e STCP, respectivamente, também reforçarão os seus serviços. O mesmo acontece com os metropolitanos de Lisboa e do Porto.
A semana deverá registar ainda "um aumento do aluguer de autocarros ocasionais em vários pontos do país, sobretudo para ir a Fátima", acrescenta Paula Bramão, da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros.