Póvoa de Varzim: "A mediadora faz toda a diferença na escola e já "salvou" muitas famílias"

Mediadores, professores e mães do agrupamento Dr. Flávio Gonçalves, da Póvoa de Varzim
Carlos Carneiro
No Agrupamento Dr. Flávio Gonçalves, na Póvoa de Varzim, quase um quarto dos alunos são estrangeiros e a técnica linguística é um elo essencial.
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"Numa semana, consegui resolver o que, durante seis meses, "não tinha solução"", explica Adelaide Sibanda. Desfia o rosário de medo, fome e incerteza. Os filhos gémeos, de 7 anos, viviam em Maputo. A escola ardeu durante as violentas manifestações na capital moçambicana. Foi "a gota de água". Vieram para Portugal. Faltavam vacinas, prova de escolaridade, papéis. Ficaram seis meses em casa. Iam começar do zero. Alexandra Pereira ouviu-a. Desdobrou-se em contactos. Juntou testes, cadernos, comprovativos de matrícula. Uma semana depois, os dois meninos estão matriculados e no 2.º ano. Adelaide respira fundo e sorri, grata a quem lhe deu a mão, a quem quis saber. Alexandra é a mediadora cultural e linguística do Agrupamento de Escolas Dr. Flávio Gonçalves, na Póvoa de Varzim. Começou há quatro meses e já é, reconhecidamente, "uma enorme mais-valia". Acolher, ajudar, respeitar e incluir são palavras que, por ali, têm agora um novo significado.
