Os monárquicos deverão ter lugar nas listas às eleições legislativas com PSD, CDS-PP e independentes.
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Afinal, o Partido Popular Monárquico (PPM) vai integrar a Aliança Democrática, com os sociais-democratas e os centristas, colocando alguns elementos na lista conjunta às legislativas de 10 de março. O anúncio da repetição "integral" da AD de Francisco Sá Carneiro foi feito, esta quarta-feira, na véspera dos conselhos nacionais do PSD e do CDS-PP, marcados precisamente para a aprovação da coligação pré-eleitoral.
Aliás, foi o "património político comum na área da "AD - Aliança Democrática" desde 1979" que levou os monárquicos a recuarem e a aceitarem integrar a coligação pré-eleitoral com os partidos com os quais vão a votos nas regionais antecipadas dos Açores, marcadas para o próximo dia 4 de fevereiro. Uma decisão, aprovada por unanimidade, em Conselho Nacional do passado dia 1, conforme anunciou o PPM.
Isso e o facto de os monárquicos terem tido a garantia de que integrarão as listas às legislativas de 10 de março. "Convidaram-nos para entrarmos só com a bandeira, sem fazer parte no programa nem termos nenhum assento na Assembleia da República para defender as nossas posições", queixou-se o presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, a 22 de dezembro passado, no dia em que partido anunciou que iria tentar impedir, no Tribunal Constitucional, que PSD e CDS-PP usassem o nome "Aliança Democrática" nas eleições legislativas antecipadas.
Retirar o PS do poder
No comunicado de ontem, o PPM anunciou apenas que foram "ultrapassadas as dificuldades iniciais na formalização do acordo". E sublinhou "a necessidade, premente e patriótica, de ajudar o país, através da integração do partido, numa alternativa reformista e moderada que impeça a eternização do PS no poder". Por isso, "subscreve o conjunto de princípios programáticos" já anunciados por PSD e CDS-PP.
Nas últimas legislativas de 2022, o PPM teve 260 votos e foi o partido menos votado.
Por sua vez, o PSD enfatizou que, com a entrada dos monárquicos na AD, se procurou "recuperar na integra a antiga Aliança Democráticapara apresentar a alternativa reformista e moderada que Portugal precisa".
O acordo pré-eleitoral será aprovado, esta quinta-feira, em Conselho Nacional do PSD e do CDS-PP, mas sem o anúncio de quaisquer nomes. As listas serão analisadas numa nova reunião daquele órgão, marcada pelos dois partidos, para o próximo dia 15.
Até ao próximo dia 11, as direções nacionais dos sociais-democratas e dos centristas deverão reunir com os órgãos distritais para debater os candidatos a colocar nas listas às legislativas, sendo certo que essas listas incluirão elementos do PSD, do CDS-PP, além de independentes e, agora, de monárquicos.
Princípios da aliança
Coragem e ambição
A AD promete "coragem reformista"; "mais ambição, para elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos dos portugueses"; e uma "forte consciência social e baseada na dignidade da pessoa humana".
Exigência ética
E quer uma governação com "elevada exigência ética, integridade, responsabilidade política, respeito pela separação de poderes", além de "moderada, europeísta, atlantista e lusófona".