Valor dispara 16,3% nos primeiros três meses do ano. Descida das taxas de juro e incentivos do Governo para jovens explicam o aumento
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É um aumento sem precedentes. Os preços das casas dispararam 16,3% nos primeiros três meses do ano. São mais 4,7 pontos percentuais do que no trimestre anterior. Foram vendidas mais de 41 mil casas. A descida dos juros e os incentivos do Governo à compra da primeira habitação estão entre as razões que explicam o aumento.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os preços das casas existentes subiram 17,0% e o das novas 14,5% entre janeiro e março. No total, transacionaram-se 41 358 habitações, correspondendo a um crescimento homólogo de 25,0% e a uma redução em cadeia de 8,5%.
Estas transações correspondem a 9600 milhões de euros, mais 42,9% do que no mesmo período de 2024, mas menos 5,5% do que no último trimestre de 2024. As habitações existentes representaram a maioria (79,8%), num total de 32 999 unidades. Já nas habitações novas, contabilizaram-se 8359 transações.
Procura acelera
A verdade é que o crédito habitação está mais acessível por via do alívio das taxas de juro, incluindo a Euribor. “Houve um regresso da procura com a redução dos juros e acabou de haver um impacto no ponto de vista da valorização [das casas]”, afirma Ricardo Guimarães, economista e sócio gestor da Confidencial Imobiliário.
As medidas do Governo para incentivar a compra da primeira habitação pelos mais jovens, com a garantia pública e as isenções do IMT e de imposto de selo, também contribuíram para esta evolução. “Os jovens adiaram as transações para o final do ano, quando entrou em vigor a medida relativa às garantias bancárias. Houve um acumular de vendas”, explica Ricardo Guimarães.
O economista salienta que o aumento é “muito assimétrico”, existindo cidades a “valorizar mais de 20% e outras, como Lisboa, que não vão além dos 7%”. As subidas são mais consistentes na periferia das áreas metropolitanas, como Mafra e Vila do Conde.