Eduardo Ferro Rodrigues admitiu, esta tarde, no início da primeira reunião dos deputados socialistas eleitos no domingo, em Lisboa, que considera "elogioso" o seu nome ser o mais falado para substituir Assunção Esteves, como presidente da Assembleia da República.
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"Não posso deixar de mostrar satisfação e orgulho por o meu nome ser aludido para tal função por pessoas de tão diferentes quadrantes políticos. Não deixa de ser muito elogioso lembrarem-se do meu nome", referiu o antigo líder socialista à entrada da sede do PS, no Largo do Rato.
Já Helena Roseta, também à chegada desde encontro, descartou poder vir a ocupar este lugar. "Não faz parte dos meus planos poder vir a liderar o Parlamento. Tenho igual função na Assembleia Municipal de Lisboa, asseguradas as devidas diferenças, e muitas vezes tenho vontade de intervir enquanto deputada", explicou a arquiteta, que integrará uma "shortlist" de três nomes do PS para o lugar, onde constam Ferro Rodrigues e o antigo presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César.
"Tenho vários projetos em mente, como uma lei de base da habitação", garantiu, reconhecendo qualidades para o cargo nos outros dois nomes falados para o lugar.
A deputada, que corria em terceiro lugar pelo círculo de Lisboa, admitiu, ainda assim, que será o grupo de 85 eleitos socialistas a decidir quem ocupa a cadeira vaga da presidência do Parlamento.
Uma das certezas na futura mesa da Assembleia da República é a perda pelo PCP de uma vice-presidência e de uma secretaria, já que passou de quarta para quinta força política. Esses lugares caberão agora ao Bloco de Esquerda.
O encontro de António Costa com os novos deputados socialistas, marcado para as 17.30 horas, acontece numa altura em que a liderança do secretário-geral começa a ser questionada pela linha "segurista" - que conseguiu meter no Parlamento 15 eleitos.
Mas, ao JN, à saída da reunião dos líderes federativos com Costa, que ocorreu antes do encontro com os deputados, o presidente da Federação do Porto do PS, José Luís Carneiro, avisou que "não é altura para abrir uma crise política".
"Temos de nos focar nos desafios com que nos deparamos agora, perante o cenário que as eleições ditaram. Não faz qualquer sentido estar a discutir outros assuntos", disse Carneiro, que apoio António José Seguro aquando das Primárias no PS.