Alfonso Rueda acredita que a atual mudança política em Portugal não põe em causa o projeto de alta velocidade e aponta 2030 como meta. Apesar dos bons resultados que a relação entre Galiza e o Norte de Portugal tem dado, Alfonso Rueda acredita que há ainda muito por fazer.
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Num encontro, esta terça-feira em Vila Nova de Gaia, com António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), Alfonso Rueda reafirmou a importância da relação entre a Galiza e o Norte de Portugal.
Para o presidente da Xunta da Galiza, as atuais mudanças políticas em Portugal não são impedimento para que o projeto de alta velocidade, que ligará Porto-Vigo, seja concretizado. "Apesar dos problemas e das mudanças políticas que possam haver em Portugal, isto é um compromisso sério. Para fazer um compromisso sério não há nada melhor do que ter orçamentos, dinheiro, recursos públicos em cima da mesa e fazer propostas. A nossa perceção é que, desde aqui, de Portugal, se vai fazer. E se não se interromper, o ano 2030 parece uma data razoável", afirmou.
A relação entre as duas regiões tem tido "resultados bastante notórios" mas, segundo Alfonso Rueda, pode "ter muito mais". "Se pensarmos que durante muito tempo a ligação entre Galiza e Portuugal se fazia apenas por uma ponte, agora temos cinco. Esta relação já começou há muito e o que quero fazer é incrementá-la", assumiu.
Ainda sobre o projeto de alta velocidade, que tem uma dotação orçamental estimada em 4,5 milhões de euros, o político espanhol garantiu que, da parte da Galiza tudo farão para que se concretize. "Creio sinceramente que o Governo português, que tem o maior esforço, vai fazê-lo. Da parte espanhola não se pode falhar. Da parte da Galiza, insistiremos e faremos tudo o que for necessário para que assim seja", concluiu.
Para o presidente da Galiza o projeto é fundamental e trará enormes vantagens à Eurorregião. Relembrou, ainda, que a primeira vez que se falou em chegar à Galiza através de um comboio de alta velocidade foi em 1996. "Isto é um exercicio de fé, temos que acreditar que as datas se cumprirão", disse.
Portugal continuará projeto
Já o presidente da CCDR-Norte, garantiu que "o grande projeto estruturante da Eurorregião, que é a alta velocidade, é algo que continuará em cima da mesa até ser concretizado". "Temos, neste momento, uma meta objetiva, de 2030 ou princípios dos anos 30 para que isso esteja concluído", sublinhou, em declarações à Lusa.
"Mesmo do lado português há uma grande decisão a tomar brevemente, que é a confirmação da candidatura portuguesa a fundos do CEF [Connecting Europe Facility] para a infraestrutura de alta velocidade, e isso tem que acontecer no mês de janeiro", recordou António Cunha.
Eurorregião fora da Cimeira
A Cimeira Ibérica, que se realizou em Viana do Castelo em novembro de 2022, deixou de fora a Eurorregião. Alfonso Rueda lamenta que não os tenham ouvido e garante que teria tido muito mais eficácia se tivessem em conta a opinião de quem representa os territórios.
"Para que as cimeiras fossem eficazes, deveriam escutar-nos. Quando aconteceu a Cimeira em Viana do Castelo nós pedimos para sermos ouvidos porque nós sabemos quais são as necessidades. Não quero isto dizer que o Governo de Espanha e de Portugal não o saibam mas, nós também sabemos. Não fomos convidados e muitos assuntos não foram incluídos", sublinha.