O presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, Paulo Colaço, foi forçado a fazer uma espécie de defesa da honra, depois de ter sido atacado por um delegado afeto a Rui Rio e que pertence ao órgão a que preside. João Dias Coelho considerou inadmissível que a Jurisdição seja liderada por alguém que não é um jurista.
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"A questão do curso de Direito é muito interessante", começou por referir Paulo Colaço, que foi forçado a dirigir-se aos congressistas, depois de um delegado, João Dias Coelho, o ter criticado por não ter formação jurídica e pela forma como conduziu processos como o disciplinar em torno do voto de Rui Rio e Adão Silva na lei da eutanásia.
"A Jurisdição não é o tribunal do partido. É um órgão disciplinar", vincou João Dias Coelho, que integrou, há dois anos, a lista ao Conselho de Jurisdição do PSD, encabeçada por Fernando Negrão e patrocinada pelo líder do partido Rui Rio.
João Dias Coelho considerou que Paulo Colaço não soube dirigir com as pinças necessárias processos que envolviam o líder do PSD, esquecendo que se trata "do futuro primeiro-ministro do país".
O delegado acusou ainda Paulo Colaço de dar demasiadas entrevistas, atacando até o gosto pessoal do presidente da Jurisdição em contar anedotas.
As críticas levaram Paulo Colaço a pedir para subir ao palco, em sua defesa. Lembrando que o seu antecessor no cargo, Nunes Liberato, foi um dos melhores presidentes do Conselho de Jurisdição Nacional, apesar de ser economista, Paulo Colaço rematou: "Só se atiram pedras às árvores que dão fruto!".