Ana Paula Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), defende que a existência de equipas dedicadas na urgência é uma "medida muito importante" e que poderia ajudar a fazer face ao problema da recusa dos médicos em fazer mais do que as 150 horas extra obrigatórias.
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Em declarações na "SIC Notícias", Ana Paula Martins disse que há 20 médicos da área da cirurgia do Santa Maria que já entregaram minutas de escusa, o que poderá vir a comprometer as escalas de funcionamento do serviço, após do dia 15 de outubro. E insistiu na criação de equipas dedicadas à urgência, como o Hospital de São João tem há vários anos. mas que tem vinfo a perder fôlego.
A presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) reconhece que a situação que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) atravessa neste momento, com fechos de várias urgências e constrangimentos noutros serviços, é muito complexa, pelo que tomou a decisão de ativar o plano de contingência, o que implica que o Santa Maria só irá receber os doentes referenciados pelo CODU ou transferidos de outros hospitais, apelando a que haja um trabalho em rede e de equipa entre hospitais.
Ana Paula Martins aproveitou para dizer que o hospital está com uma "afluência anormalmente grande à urgência, para cerca de um pouco de mais do dobro do que é habitual" e um procura elevada de doentes com necessidade de internamento, recordando que esta semana o hospital teve um pico de procura de 700 doentes na urgência.
Aproveitou também para lembrar que 50% dos utentes que procuram a urgência do Santa Maria não são efetivamente urgentes, o que coloca uma pressão adicional e desnecessária sobre o serviço.
Na reunião dos administradores hospitalares com a Direção Executiva do SNS, que hoje tem lugar, além da criação das equipas dedicadas na urgência (como as que existem no hospital de São João), Ana Paula Martins vai defender um "maior envolvimento dos enfermeiros" no acompanhamento dos doentes, disse. "Com mais enfermeiros, também conseguiremos ter mais camas disponíveis. Por vezes temos de encerrar algumas camas porque não temos enfermeiros suficientes", disse, revelando que irá colocar em cima da mesa esta questão esta tarde na reunião com Fernando Araújo.