Admitindo que o CODU teve “períodos em que os tempos de espera das chamadas foram demasiado elevados, com principal foco na segunda-feira”, dia em que se registaram “atrasos significativos”, o presidente do INEM, Sérgio Dias Janeiro, explica algumas medidas tomadas para “evitar situações de stress” ao sistema.
Corpo do artigo
O INEM vai abreviar a triagem das chamadas que estão em espera há mais de três minutos. Não há o risco de se estar a atender pior quem está há mais tempo à espera ou de acionar meios indevidamente porque a triagem é mais curta e defensiva?
Na situação ideal, a triagem é feita na totalidade. Nas situações em que se prevê que o tempo de espera seja igual ou superior a três minutos temos um risco-benefício entre não ser atendido e a triagem ser sub-ótima, e penso que a segunda opção é a melhor. Também é verdade que, havendo uma triagem menos detalhada, poderá haver um aumento de ativação dos meios, mas recordo que isto é só para quando o tempo de espera excede os três minutos.
A reintegração de enfermeiros no CODU é um tema que, à partida, terá a oposição dos técnicos. Como é que reagiram os trabalhadores?
Na esmagadora maioria dos casos, as medidas foram recebidas com grande sentido de missão. Há uma compreensão generalizada de que situações adversas exigem medidas extraordinárias. O CODU não pode falhar, é insubstituível.
Entre as medidas, há uma para o controlo dos tempos de pausa dos técnicos. Porquê?
Primeiro quero salientar que os TEPH trabalham em esforço há bastante tempo, com excesso de horas extra. O trabalho de atendimento no CODU é extremamente exigente em termos psicológicos e leva a necessidades acrescidas de pausa para que o profissional se possa recompor. O que pedimos é um esforço suplementar, se é que é legítimo pedi-lo, no âmbito do controlo e gestão dos tempos, para que seja o mais equitativo possível. Acautelando o bem-estar do profissional, pedimos para que se minimize o tempo em que não está a atender chamadas.