
Peter Pellegrini, e Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém
Foto: André Kosters / Lusa
O presidente da Eslováquia agradeceu esta quarta-feira a Portugal o apoio militar dado à zona leste da Europa, no âmbito da NATO, lembrando a fronteira do país com a Ucrânia, em guerra há quase quatro anos.
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"Gostaria de aproveitar esta oportunidade para, em nome da República Eslovaca e de todos os cidadãos, agradecer a Portugal o apoio que nos tem sido dado na defesa do flanco leste da NATO", afirmou Peter Pellegrini, numa conferência conjunta com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente eslovaco, que cumpre uma visita de Estado a Portugal, referia-se à participação dos militares portugueses na brigada multinacional destacada no país.
Portugal integra o conjunto de países - Espanha, República Checa, Eslovénia, Roménia e Turquia - com contingentes militares na Eslováquia, uma força avançada da NATO na região leste europeia que ganhou importância desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
"Apreciamos muito a decisão de Portugal de aumentar o contingente dos soldados portugueses nesta brigada. É um exemplo da nossa cooperação mútua como aliados na NATO, como europeus e como membros da União Europeia", disse.
Um cenário que se assume ainda mais importância "porque a guerra na Ucrânia está a desenrolar-se mesmo na fronteira eslovaca", acrescentou.
"É preciso continuar a falar sobre o futuro da Europa", sublinhou o presidente eslovaco, adiantando que a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa serviu também para debater temas relacionados com a cooperação bilateral.
"Falámos sobre como a Europa devia abordar o alargamento da União Europeia e verificámos que as nossas posições são muito próximas", disse, acrescentando que ambos apoiam "a adesão dos países dos Balcãs ocidentais [à UE] e também de outros países como a Ucrânia e a Moldova".
Pellegrini lembrou que a Eslováquia, assim como Portugal, são beneficiários líquidos na UE e defensores da coesão, pelo que "Portugal será um parceiro muito importante nos próximos dias e meses, quando se vai debater e negociar o novo orçamento" do bloco europeu.
"Temos as mesmas posições quanto à coesão, quanto aos pagamentos para a agricultura e quanto ao reforço dos pilares que ajudam os nossos países economicamente, estruturalmente ou também no âmbito dos processos de transformação", referiu.
Por outro lado, adiantou, "a Eslováquia é um país industrial" com grande peso da indústria automóvel.
"Mas também temos produção de armas e produtos de defesa, que representam um grande potencial de colaboração com Portugal", disse, lembrando que os dois países fazem parte da zona euro e do mercado único.
O presidente eslovaco vai estar em Portugal dois dias, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, 11 meses depois da visita do chefe de Estado português a Bratislava.
Esta tarde, o chefe de Estado eslovaco encontra-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, estando prevista a assinatura de um memorando de entendimento entre os Ministérios da Saúde dos dois Estados.
Em seguida, Pellegrini reúne-se com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas. Na quinta-feira, o chefe de Estado eslovaco visita a Assembleia da República.
