Presidente exonerado da Agência para a Modernização admite contestar decisão em tribunal
O ex-presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), João Dias, afastado do cargo esta semana, admitiu, esta sexta-feira, contestar a decisão da ministra Margarida Balseiro Lopes em tribunal.
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A reação surge depois de o Governo ter exonerado o Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) presidido por João Dias, alegando incumprimento de vários compromissos, tendo sido nomeada uma nova equipa, que será chefiada por Sofia Mota. Na origem da exoneração de João Dias e Elsa Castro, vogal, está, entre outras queixas, o "incumprimento de 70% das metas e marcos intermédios previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para 2023, em particular, na abertura de novas Lojas e Espaços do Cidadão, com potencial impacto nas metas de desembolso previstas para 2026".
"Ainda estou a analisar todos estes factos com o meu advogado para ver que decisões vou tomar ao nível legal", disse, em declarações à TSF. "Foram usados argumentos e foi feita alguma forma de injustiça e, por isso, eu pondero judicialmente poder contestar esta decisão, porque, de alguma forma, houve aqui um atentado ao meu bom nome e à minha atitude enquanto gestor público que não foi fundamentada e que foi muito injusta".
"Não consigo perceber porque é que fui exonerado, continuo a não encontrar qualquer razão objetiva para o facto. E olhando agora com mais umas horas de reflexão para todo o processo, só posso concluir que quase desde o dia 1, a senhora ministra da Juventude e da Modernização já tinha uma ideia preconcebida de me substituir e de substituir todo o Conselho Diretivo. Na verdade, todo este processo é muito estranho, vemos que não havia qualquer vontade de nos ouvir ou não havia qualquer vontade de esclarecer. Sinto-me injustiçado, acho que isto não é uma forma digna e ética de tratar um dirigente público", continuou.
João Dias tomou posse em janeiro de 2023 para um mandato de cinco anos, que terminaria em 2028.