Prestação de 100 euros está a ser paga a 150 mil crianças em risco de pobreza extrema
Cerca de 150 mil crianças e jovens em situação de pobreza extrema estão a receber, desde julho, uma prestação social de 100 euros mensais, no âmbito da Garantia para a Infância. A informação foi divulgada, esta quarta-feira de manhã, em Leiria, pela ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
Corpo do artigo
A ministra revelou que foi inscrita uma verba de 70,6 milhões de euros no Orçamento do Estado deste ano. Contudo, esclareceu que as crianças e jovens até aos 18 anos em situação de pobreza extrema que têm abono de família só recebem o diferencial, no limite de 100 euros.
"Somos o único país da Europa, a criar um modelo de implementação da Garantia para a Infância que pressupõe a existência de núcleos a nível local, para uma intervenção personalizada junto de todas as crianças", assegurou Ana Mendes Godinho.
A Garantia para a Infância tem como objetivo assegurar que todas estas crianças têm acesso a alimentação, a habitação, a educação, a creche e à saúde. "São serviços básicos essenciais para que qualquer pessoa possa desenvolver todas as suas capacidades e competências."
"Portugal não pode desperdiçar uma única criança", sublinhou a ministra da Segurança Social. "Queremos que haja uma verdadeira intervenção social, e que sejamos capazes de salvar vidas e ter uma sociedade mais justa no futuro."
O primeiro núcleo local foi criado em Gaia e o segundo foi constituído hoje em Leiria, concelho onde foram identificadas 879 crianças e jovens em situação de pobreza extrema. "O objetivo é chegar a todos os municípios", afirmou Ana Mendes Godinho.
A Garantia para a Infância foi proposta por Portugal durante a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, e foi aprovado por unanimidade. "Ninguém teve coragem de não ser parceiro", garantiu.