Portugal terá daqui a um ano cerca de dois milhões de obesos e estima-se que sejam necessários 1,4 mil milhões de euros para combater a doença, segundo um estudo apresentado pela seguradora Allianz.
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O documento revela que o setor da saúde necessitará de 23 mil milhões de euros, correspondente a 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Numa visão mais alargada, até 2032, é previsível que 2,1 milhões de pessoas sejam portadoras desta patologia, sendo que despesas com a saúde aumentarão para 32,8 mil milhões de euros.
Entre as causas desta situação estão "as mudanças climáticas e a urbanização", uma vez que a subida das temperaturas no exterior desencoraja a prática de atividades físicas ao ar livre. Além disso, as condições climatéricas extremas podem levar a uma subida dos preços dos vegetais e da fruta, "o que fará com que uma dieta saudável e equilibrada fique fora do alcance de mais pessoas", como explica Michaela Grimm, economista-sénior da Allianz Trade.
Após ser comprovado o aumento exponencial dos casos de obesidade, o estudo alerta que "as pessoas com excesso de peso e obesidade estão expostas a um risco mais elevado de contrair doenças como diabetes de tipo 2, doenças cardíacas, ataques e até alguns tipos de cancro". E, se para um indivíduo, a obesidade significa menor qualidade de vida, para a sociedade como um todo, "representa um aumento da despesa dos sistemas de saúde, mas também tem efeitos indiretos que passam por uma menor produtividade".
A nível mundial, em 2016, existiam cerca de 650 milhões de pessoas obesas. Em 2032, prevê-se que sejam mil milhões, equivalendo a um gasto de 1,2 biliões de euros (8% do valor total para a saúde). Estima-se um gasto total de nove biliões de euros no tratamento da obesidade em dez anos.