A primeira expedição portuguesa à Península Antártica já está de volta a Portugal. O veleiro de 24 metros, "El Doblón", atracou no Chile, marcando o fim da expedição científica. Os resultados ainda estão a ser trabalhados, mas o coordenador, Gonçalo Vieira, acredita no seu “potencial elevado”.
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Embarcaram no primeiro dia do mês de fevereiro, na Península Fildes, e começaram a realizar trabalhos em terra e mar. Foi assim que começou a viagem da COASTANTAR 2024. Em comunicado, Gonçalo Vieira, coordenador da expedição, utilizou a viagem à Antártica como um exemplo que mostra como “é exequível um programa polar nacional realizar uma missão científica interdisciplinar a bordo de um veleiro”.
Na internet mantiveram um diário de bordo, onde todos os dias era feita uma publicação com os avanços da viagem. ”O nevoeiro, seguido por uma madrugada de céu estrelado, tinha deixado uma dura película de gelo nos vidros da cabine, que removemos com ajuda de água salgada e um raspador. Amanheceu rapidamente e o vento estava de feição”, lê-se na descrição do último dia.
A viagem serviu de propósito para dez projetos, em que o coordenador afirma terem recolhido muitos dados novos. Fazem parte desses projetos as áreas da biologia marinha, ecologia terrestre, permafrost, ciências da atmosfera, riscos naturais, arquitetura sustentável e eficiência energética, e diplomacia científica.
No "El Doblón", o veleiro que serviu de casa para os 11 cientistas durante quase um mês, registaram-se resultados bastante positivos, mas ainda assim surgiram obstáculos provocados pelas “limitações da meteorologia e gelo no mar”.
Gonçalo Vieira já está a pensar em missões futuras e onde podem melhorar. “É preciso afinar alguns processos, estender a duração das missões e visitar menos locais”, menciona o coordenador.
A expedição, organizada pelo Programa Polar Português (PROPOLAR) e pelo Colégio de Ciências Polares e Ambientes Extremos da Universidade de Lisboa (POLAR2E) e co-financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Universidade de Lisboa, ainda não tem resultados para apresentar, mas a recolha feita garante um “elevado potencial científico”.