O primeiro-ministro francês afirmou, em Lisboa, que "os olhares de fora" percebem que o crescimento regressou a Portugal.
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"Os olhares de fora percebem que o crescimento regressou a Portugal", disse Manuel Valls, num encontro com a comunidade empresarial portuguesa, com o tema "Agir em conjunto para o crescimento europeu", que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Numa intervenção de quase 30 minutos, Manuel Valls abordou vários temas, respondeu a perguntas, e sublinhou que "o crescimento regressou a Portugal" e que "as perspetivas para 2015 são incentivadoras", apontando para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 1,5%.
"O desemprego baixou, as exportações aumentaram, as finanças públicas melhoraram, Portugal beneficia da confiança dos investidores, resultados que advêm das reformas e são claramente fruto dos sacrifícios dos portugueses", afirmou o primeiro-ministro francês.
Consciente de que é preciso "vigilância, vontade e firmeza", Manuel Valls afirmou, contudo, que França não levou a cabo uma política de austeridade, como a portuguesa, e não reduziu os salários dos funcionários públicos. "Disse em Bruxelas e digo aqui em Lisboa: Não aceitarei nenhuma medida de orçamental que viesse quebrar o crescimento", afirmou, acrescentando ainda que "o que é facto é que as medidas de austeridade aplicadas em Portugal nada têm a ver com o que se passa em França, o que pode afastar as populações".
Novos investimentos
O primeiro-ministro francês apelou ao investimento em França e afirmou que o seu país quer ter "uma presença ainda forte" em Portugal, por exemplo nas privatizações e concessão de serviços públicos.
"Venham investir em França", disse Manuel Valls, no encontro com a comunidade empresarial portuguesa, destacando a importância das relações bilaterais entre os dois países a vários níveis, nomeadamente ao nível do investimento.
"Outros [investimentos de França em Portugal] são possíveis nas privatizações e concessão de serviços públicos. Queremos ter uma presença ainda mais forte de França em Portugal", frisou Manuel Valls, depois de dar o exemplo da compra da ANA pelo grupo francês VINCI, que classificou como "o maior investimento estrangeiro realizado em Portugal" ou o interesse da Numericable, através da Altice, na Portugal Telecom.