O antigo secretário de Estado das Infraestruturas de Pedro Passos Coelho garantiu, esta sexta-feira, que o processo de privatização da TAP em 2015 era uma "urgência", tendo em conta a situação que a empresa vivia. Sérgio Monteiro afirmou, ainda, que quando esteve no Governo, o Estado meteu "zero euros" na TAP, apesar de a companhia estar numa situação de fragilidade em termos de tesouraria. O ex-governante defendeu, ainda, que "nunca é altura de brincar com o dinheiro dos portugueses".
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De acordo com Sérgio Monteiro, em 2015, a TAP devia combustível e devia taxas aeroportuárias. "Só não incumpriu no contrato com a Airbus porque escalonou os pagamentos", referiu o ex-governante, frisando que era "urgente privatizar a companhia em 2015".
"A TAP tinha incumprido com a Airbus, estava numa situação de mora e não tinha mais margem de negociação com a Airbus", detalhou Sérgio Monteiro, revelando ainda que, na altura, Fernando Pinto lhe pediu para intervir junto da Airbus porque a TAP não tinha fundos para fazer o pagamento.
"Só falei uma vez com a Airbus, e foi nessa altura. O que ouvi foram palavras de impaciência", referiu.
Sérgio Monteiro afirmou, ainda, que quando esteve no Governo, o Estado meteu "zero euros" na TAP, apesar de a companhia estar numa situação de fragilidade em termos de tesouraria. "Não queiramos envolver dinheiro público, quando tínhamos acabado de sair de um memorando de entendimento. Nunca é altura de brincar com o dinheiro dos portugueses. Uma injeção de fundos públicos estava fora de questão", apontou o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, aos deputados da comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
Para o antigo governante, uma injeção pública na TAP implicaria sempre "dor". "Uma injeção pública vem sempre com dor, dinheiro, cortes nos salários e redução das condições de vida. Daí era crítico privatizar", afirmou.