A Assembleia da República acolhe, até à próxima sexta-feira, uma exposição de produtos tradicionais portugueses certificados, organizada pela ACERTIFICA. A certificação de produtos artesanais está a aumentar em Portugal e prevê-se que, até ao fim do próximo ano, haja cerca de três dezenas de produções com certificação.
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A convite do deputado socialista Carlos Brás, ACERTIFICA está a promover uma exposição de produtos tradicionais portugueses certificados no Parlamento. A mostra foi inaugurada esta quarta-feira e poderá ser visitada até sexta-feira na Assembleia da República. Teresa Costa, diretora executiva da ACERTIFICA, o único organismo de certificação de produções artesanais tradicionais (não alimentares) acreditado pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), assinalou o importante crescimento dos processos de certificação de produtos que são testemunho da cultura popular lusa.
A exposição foi inaugurada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que salientou a importância das artes tradicionais portuguesas na afirmação e na diferenciação dos territórios locais e da cultura popular associada. O socialista reiterou, ainda, a importância dos processos de certificação na defesa e na valorização das comunidades de artesãos e na salvaguarda sua identidade.
Mais de 150 artesãos com produtos certificados
Atualmente, o universo das 22 produções certificadas correspondem a mais de 150 artesãos em todo o território nacional, explicou Teresa Costa. A responsável da ACERTIFICA sublinhou que, na última mostra efetuada em 2015 na Assembleia da República, existiam apenas cinco produções certificadas, pelo que a publicação da lei (que define as regras para a certificação) e o interesse demonstrado pelos municípios no desenvolvimento da economia local e do emprego associado a este setor de atividade permitiram o aumento exponencial de produções artesanais certificadas. A expectativa é de que atinja cerca de três dezenas de produções artesanais até ao final de 2024.
A cerimónia de inauguração contou com a presença de inúmeros representantes das entidades promotoras das produções, nomeadamente a Olaria, Figurado e Bordado de Crivo São Miguel da Carreia, de Barcelos; Filigrana de Portugal, de Gondomar e da Póvoa de Lanhoso; a Camisola Poveira, da Póvoa de Varzim; o Bordado de Tibaldinho, de Mangualde; o Barro Preto de Olho Marinho, de Vila Nova de Poiares; a Louça Preta de Molelos, de Tondela; a Viola Beiroa e o Bordado de Castelo Branco; o Boneco de Estremoz; a Renda de Bilros de Peniche; os Lenços de Namorados do Minho; as Cantarinhas dos Namorados e o Bordado de Guimarães; o Traje à Vianesa e o Bordado de Viana do Castelo; as Rendas de Bilros de Vila do Conde; a Junça da Beselga, de Penedono; a Viola Braguesa e os Estanhos Artísticos de Bodiosa.
Também participaram os responsáveis pelas entidades envolvidas nos processos de certificação, nomeadamente o CEARTE, a Associação Portugal à Mão, o Cindor, o IPAC, o INCN – Contrastaria, AIP – FIA e os responsáveis do Grupo Valor do Tempo, com lojas exclusivas de produtos certificados (Figurado de Barcelos e Filigrana de Portugal - Joalharia do Carmo).