Professores ameaçam com greve às avaliações se Parlamento chumbar recuperação integral
Se dia 16 os partidos chumbarem as apreciações parlamentares que permitem corrigir o diploma do Governo, os professores farão greve às avaliações a partir de 6 de junho. Ou seja, atingirão os alunos que irão fazer exames finais.
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"O que mais desejamos é não avançar para essa greve" e que todo o tempo congelado seja recuperado, ainda que faseadamente e com possibilidade de os docentes pedirem a antecipação da aposentação, sublinhou está sexta-feira Mário Nogueira.
O líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof) assegura que esta semana quando se deslocou ao Parlamento para entregar a petição com mais de 60 mil assinaturas ficou convencido que PSD, PCP e BE mantêm a intenção de corrigir o diploma do Governo e aprovarem a recuperação integral do tempo congelado (nove anos, quatro meses e dois dias).
Na conferência de imprensa realizada a meio do secretariado nacional, Nogueira criticou a possibilidade de os docentes puderem optar pelo regime de recuperação dos dois anos, nove meses e 18 dias criado para as restantes carreiras especiais.
O líder da Fenprof acusa o Governo de pretender "desviar a atenção" dos professores do "roubo" de 6,5 anos e de "criar ruído" antes da discussão da apreciação parlamentar.
Além disso, insistiu, a proposta pode servir para "limpar inconstitucionalidades" previstas no diploma dos docentes, pois permitirá contornar a ultrapassagem dos professores, mais velhos, que progrediram no ano passado e só em 2022 voltariam a subir de escalão e a beneficiar da recuperação.
Assim Nogueira estima que a medida apenas possa ter algum benefício para os 10290 docentes que em 2018 passaram para o 9.º escalão. Se optarem pelo novo regime chegam ao 10° um ano mais cedo (2021). "Mas estarão a assumir que aceitam o roubo", frisou.