A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e a Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI) decidiram avançar com um pré-aviso de greve a partir de 8 de abril e até ao final do ano letivo aos serviços de apoio e manutenção dos equipamentos, assim como ao suporte técnico realizado nas provas digitais.
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As duas organizações reuniram-se esta segunda-feira de forma a preparar ações de luta, uma vez que os professores de informática não querem ser obrigados a prestar serviços de apoio e de manutenção durante as provas de aferição e os exames nacionais do 9.º ano, que serão feitos em computador. Dado que a ANPRI é uma associação, só em conjunto com a FENPROF é que os docentes de informática poderiam emitir um pré-aviso de greve, o que veio a acontecer.
Em comunicado, a FENPROF adianta que os docentes estão "a ser convocados para o desempenho de tarefas que não fazem parte do conteúdo funcional da profissão docente, no caso, apoio ou manutenção de equipamentos tecnológicos, assim como suporte técnico às provas digitais". Ao JN, Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, afirma que, durante o período das provas de avaliação, há professores de informática a serem chamados para estar a trabalhar numa "espécie de piquete" e a intervir caso os computadores não funcionem.
Suspendam-se as provas digitais
Um trabalho que deveria ser assegurado por técnicos de informática está a ser feito por docentes, diz o líder sindical, e implica tarefas como resolver "bloqueios diversos" ou "parafusos que se soltam". O problema é ainda mais notório, afirma Mário Nogueira, uma vez que "há cada vez mais computadores avariados", os prazos de garantia dos equipamentos estão a expirar e o concurso lançado pelo Ministério da Educação, para a contratualização externa de serviços de reparação dos computadores, ficou deserto, tal como o JN escreveu a 7 de março.
O pré-aviso de greve a partir de 8 de abril e até ao final do ano letivo só será retirado, se o próximo Ministério da Educação conseguir solucionar o problema. Uma das soluções, aponta Mário Nogueira, passaria por "não avançar" pela realização das provas em formato digital "enquanto o problema não estivesse resolvido".
"Em relação ao resto, é preciso realizar concursos, mas com valores que sejam aceitáveis, porque as escolas têm de ter técnicos. Por se não tiverem técnicos, os computadores deixam de ser um instrumento de trabalho e passam a ser um empecilho", acrescentou.
Além dos alunos dos 2.º, 5.º e 8.º anos que fazem as provas de aferição em formato digital, também os alunos do 9.º ano vão realizar os exames de Português e Matemática em computadores. Haverá ainda uma experiência piloto no Ensino Secundário.