Os professores dos agrupamentos de escolas D. Sancho I e da Camilo Castelo Branco, em Famalicão, fizeram um cordão humano que ligou os dois estabelecimentos de ensino em forma de protesto contra as novas políticas que o Ministério da Educação quer implementar.
Corpo do artigo
As mudanças nos concursos de professores é uma das alterações contra as quais os docentes se manifestaram. Segundo Paulo Ribeiro, professor de Matemática, em cima da mesa está a alteração à gestão e recrutamento com a introdução de alocação de professores conforme o seu perfil e as necessidades do agrupamento, podendo assim dar aulas em várias escolas do mesmo concelho.
Paulo Ribeiro aponta que esta mudança além do "desenraizamento" do professor numa escola, traz "subjetividade já que não se sabe quem vai traçar o perfil de determinado docente e com base em que critérios". Por outro lado, explicou que com a criação de "mapas" dos professores há a possibilidade de quem já está nos quadros ser "dispensado".
"Os professores estão cansados e desmotivados", diz o docente de matemática, notando que há problemas antigos pelos quais continuam em luta porque ainda não foram solucionados. Exemplo disso é o "congelamento do tempo de serviço" que não permite a progressão na carreira e os salários de muitos docentes ficam com menos cerca de 200 euros.
"Há professores a trabalhar há 15/20 anos que ainda são contratados", critica, referindo ainda que pugnam pelo fim das cotas para a evolução para o 5.º e 7.º escalões.
De resto, alguns dos cartazes que os grevistas exibiram na manhã desta quarta-feira, aludiam a alguns destes aspetos. "Em defesa na escola pública. Atividade prática". "Gestão de recrutamento sem mapas", "Fim das cotas" ou "Professores em luta também estão a ensinar" eram algumas das frases que se podiam ler nos cartazes.
A greve dos professores não tem ainda data para acabar, mas para sábado está marcada uma manifestação em Lisboa.