Mais de 200 professores e auxiliares de educação manifestaram-se este sábado, nos Aliados, no Porto, por uma escola livre e sem burocracia. O protesto serviu ainda para “reavivar a luta” destes profissionais.
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A concentração foi organizada pelo movimento Professores em Luta e foram visíveis novamente os cartazes que mostram o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Educação, João Torres, com nariz de porco, lábios pronunciados e lápis nos olhos.
Ao JN, Vladimiro Campos, docente no Agrupamento de Escolas do Cerco, afirmou que o primeiro motivo da manifestação foi “ reavivar a luta" uma vez que o sentimento vivido nas escolas é de "cansaço”.
Segundo o professor e representante da comissão organizadora, para além da valorização salarial é necessário despolitizar e desburocratizar a escola pública.
“Há 15 anos que não somos aumentados, queríamos um aumento condizente com a inflação no país, mas era importante tornar a escola pública democrática. Não há eleições democráticas. É o diretor que manda e é um cargo muito politizado. Os professores sentem que estão muito limitados no seu trabalho. Também está muito burocratizado: para reprovar um aluno, é preciso o conselho de turma fazer um relatório para justificar”, nota.
“O ataque à escola pública continua e os professores não podem permitir isso. A escola pública já foi um local onde dava gosto trabalhar e só sobrevive graças aos seus profissionais”, acrescenta ao JN.
Na manifestação esteve ainda presente o professor de Educação Física, de Ponte de Lima, colocado em Elvas, e que vive numa carrinha devido aos elevados preços da habitação, à espera que o Governo lhe dê um apoio viável para o seu alojamento. Recorde-se que o caso ganhou grande visibilidade pública e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pagou uma noite de alojamento ao professor.