Só 12 localidades integraram no ano passado projeto de prevenção de fogos. Especialistas pedem "máxima prioridade", pois medida é essencial para salvar vidas.
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Só 12 localidades das 111 previstas passaram a integrar, no ano passado, o programa Aldeia Segura. 2023 apresenta, aliás, o pior desempenho desde que o programa foi implementado em 2018, depois dos grandes incêndios de 2017. Nem na pandemia foram estabelecidos tão poucos aglomerados. A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) reconhece que o aumento de 12 aldeias (mais 0,5%) ficou “90% abaixo do objetivo anual” definido pela Proteção Civil de mais 111 aglomerados. Já em 2024, desde o início do ano e até ontem, juntaram-se 39 aglomerados àquele programa, que conta com um total de 2281 aldeias. Mantendo-se este ritmo, ficará também muito aquém dos resultados de 2019 (170 aldeias) e de 2020 (166) e em linha com que os números registados em 2021 (76).
A agência, presidida por Tiago Oliveira, admite que os números de novas aldeias seguras “se mantêm substancialmente abaixo da ambição inscrita” no Plano Nacional de Ação, que prevê a integração de sete mil aglomerados até 2030. Para cumprir esse objetivo, teriam de ser criadas, em média, 583 aldeias por ano. Só 2018 é que esse valor foi largamente superado, nos restantes ficou sempre abaixo. “Comparando com a evolução de 2021 para 2022 (mais 166) e com a tendência que se observa desde 2018”, 2023 foi o ano “com menor aumento desde o início do programa”, pode ler-se no relatório anual da AGIF, já entregue no Parlamento. Os especialistas ouvidos pelo JN entendem que a concretização deste programa é essencial para garantir a segurança da população de pequenos aglomerados, localizados em terrenos onde o risco de incêndio é elevado.