Um projeto-piloto juntou em cinco distritos grupos de famílias com crianças até aos quatro anos que não frequentavam creches ou jardins-de-infância, para as ensinar a arte de brincar e assim contribuir para a inclusão social.
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Os resultados do trabalho do Grupo ABC (Aprender, Brincar, Crescer) foram apresentados esta quinta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, numa conferência sobre "Políticas Públicas para a Infância: O papel da família e das comunidades", onde foi defendida a necessidade e a intenção de disseminar o projeto para outros pontos do país.
Grupo ABC decorreu de outubro de 2015 a novembro de 2016 em Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra e Aveiro
O projeto resulta de uma parceria coordenada pela Direção-Geral de Educação (DGE), que envolve a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), a Fundação Bissaya Barreto (FBB), o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, a Universidade de Coimbra (UC) e o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), através do seu Programa Escolhas.
Dirigida aos cuidadores das crianças (pais, mães, avós, amas), a iniciativa, segundo o seu coordenador, Pedro Cunha, da DGE, prova com resultados que tem a segurança necessária para se disseminar, sendo agora o desafio lançado à comunidade para que sejam criados espaços como o Grupo Aprender, Brincar e Crescer.
O GABC, que decorreu de outubro de 2015 a novembro de 2016 em Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra e Aveiro, visava desenvolver, testar, avaliar e disseminar uma resposta no âmbito dos serviços para a infância, já em funcionamento noutros países, os "Playgroups".
Objetivo foi fomentar a aprendizagem natural da criança através das brincadeiras
O objetivo foi fomentar a aprendizagem natural da criança através das brincadeiras e promover interações entre todos os participantes, crianças e adultos, tendo envolvido famílias de meios socioeconómicos desfavorecidos.
Clara Barata, da Universidade de Coimbra explicou à Lusa que no final do projeto, em que participaram 228 famílias, aumentou a qualidade do ambiente familiar e das práticas parentais, os pais e os cuidadores apresentaram mais competências no sentido de escolher os brinquedos e os espaços mais apropriados para a estimulação das crianças.
No debate desta quinta-feira foi feita uma correlação entre estes projetos e a redução de eventuais lacunas no desenvolvimento das crianças nas áreas cognitivas e sociais assim como uma melhoria da qualidade dos cuidados.
Os grupos funcionaram em espaços diversificados - escolas, instituições públicas e de solidariedade locais e outros espaços públicos e as sessões de duas horas, duas vezes por semana, pretenderam promover as relações interpessoais e a criação de um clima empático, de respeito, cooperação e partilha recíproca, através das atividades educativas e lúdicas propostas.