Iniciativa da Confederação do Comércio e Serviços quer chegar a 50 mil agentes económicos.
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A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) espera que 80% das empresas intervencionadas pelo projeto Acelerar o Norte tenham uma presença digital até ao fim de 2026. João Vieira Lopes, presidente da CCP, faz um balanço “francamente positivo” do projeto iniciado em abril de 2024, no qual participaram cinco mil empresários e mais de sete mil micro e PME mostraram interesse em aderir. “A dinâmica de transformação digital é essencial para a competitividade do comércio e serviços de proximidade”, explicou.
O projeto, que conta com um investimento de 19 milhões de euros, estima abranger mais de 50 mil comerciantes, empresários e colaboradores de micro, pequenas e médias empresas.
A primeira fase, que consiste na realização de Roadshow nos concelhos, termina em junho. O objetivo foca-se no aumento da digitalização do comércio e da restauração.
Tradição resiste
O Norte é caracterizado pelo comércio de proximidade, mas João Vieira Lopes ressalva que “muitos são negócios familiares e geracionais, com dinâmicas únicas, que carregam consigo história e tradição, mas também uma maior resistência à mudança”. A transição digital, por exemplo, “pode ser vista como um entrave para as gerações mais antigas”, salienta.
A desigualdade entre regiões é notória. A Área Metropolitana do Porto concentra 50% das empresas, 59% do volume de negócios e 52% dos postos de trabalho. “O que obviamente se reflete num maior dinamismo, abertura à mudança”, acrescentou.
O Estudo Inicial revelou que 76% das empresas inquiridas estão online, mas trata-se uma presença digital básica. Apenas 26% das empresas vendem produtos ou serviços através da Internet, e a maioria das que vendem online obtém menos de 25% da sua receita através do e-commerce. Cerca de 70% das empresas apontam o custo elevado como uma barreira à digitalização, enquanto 69% mencionam a falta de profissionais qualificados para implementar e gerir as soluções.