Estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos alerta para importância de travar a discriminação no trabalho em função da idade.
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Por idadismo entende-se a discriminação e preconceito sobretudo contra as pessoas mais velhas. Mas também os há em relação aos mais jovens. E um grupo de investigadores foi perceber o seu impacto e dimensão no mercado de trabalho. Com o imparável envelhecimento da população portuguesa, fazendo com que até quatro gerações possam conviver na mesma empresa, o estudo, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, alerta para a importância de os recursos humanos promoverem os contactos intergeracionais. E se atente a políticas públicas.
Coordenado por David Patient, professor catedrático na Vlerick Business School (Bélgica) , o estudo “Compreender o idadismo no local de trabalho” é esta segunda-feira divulgado, quando se assinala o Dia Internacional da Juventude. Se a literatura dá pistas quanto ao idadismo no seu conceito original, quanto ao jovens pouco se sabe. E foi esse o maior foco do estudo da FFMS.
Concluindo-se que, apesar de os trabalhadores identificarem níveis relativamente baixos de discriminação com base na idade, são os jovens (18-35 anos) que mais percecionam níveis elevados. A par dos trabalhadores com menores rendimentos e dos que trabalham em organizações mais tradicionais. Sendo a idade sempre um preditor, com “crenças, estereótipos e atitudes mais negativas da parte dos trabalhadores mais jovens” em relação aos mais velhos; e vice-versa. Identificando a investigação que o idadismo no local de trabalho “está associado a níveis mais baixos de bem-estar psicológico”.
Combater o idadismo
Entendendo os investigadores que “as organizações podiam criar ativamente oportunidades de contacto intergeracional positivo, através de ações que fomentem o espírito de equipa intergeracional”.
Do lado da decisão política, deve-se, sugerem ainda, “ponderar um conjunto de iniciativas que combatam o idadismo em relação às pessoas mais velhas e mais jovens”. Desde logo, aprovando “leis e políticas” que o combatam em relação a todos os grupos etários. Sem descurar a “organização de eventos e campanhas” contra a discriminação pela idade.