Ambientalistas de todo o Mundo protestaram, esta segunda-feira, frente às embaixadas da Noruega, contra a mineração em mar profundo, exigindo a saída do primeiro-minsitro norueguês Jonas Gahr Støre do cargo de co-presidente do Painel do Oceano, que junta líderes de 18 países, incluindo Portugal.
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Os ativistas exigem que o primeiro-ministro Jonas Gahr Støre renuncie ao cargo de co-presidente do Painel do Oceano se o parlamento norueguês não interromper o processo. Hoje, protestos ocorreram em embaixadas norueguesas de todos os continentes, incluindo na embaixada em Lisboa.
Os ativistas juntaram-se em mais de 20 países, da Austrália aos Estados Unidos da América, de Moçambique à Bélgica, e também em Lisboa, para pressionar o governo norueguês a não avançar com a mineração do mar profundo.
"As organizações portuguesas presentes neste protesto temem pela natureza vulnerável do Árctico e que a decisão da Noruega de permitir a atividade nas suas águas possa abrir as portas para a mineração em mar profundo em áreas internacionais do oceano - quase 50% do planeta", salientam em comunicado enviado às redações.
Sabendo que só menos de 1% do mar profundo é conhecido pela ciência, as organizaçãoes nacionais que se juntaram ao protesto, para entregar uma carta aberta ao ao primeiro-ministro norueguês, defendem que há um risco de ecossistemas desaparecerem devido a esta "nova indústria destrutiva".
“O mar profundo contém mais de 90% da biosfera do nosso planeta e menos de 1% está estudado pela ciência, além dos diversos serviços ecossistémicos fundamentais de que toda a humanidade usufrui. Não podemos permitir que uma decisão incoerente e não fundamentada do governo norueguês possa destruir o nosso maior aliado na luta contra a crise climática atual. É urgente a aplicação do princípio da precaução e a prioritização do desenvolvimento de conhecimento científico sobre os impactos dessa atividade.”, disse Eugénia Barroca da SOA, citada na missiva.
"Ao permitir o início da mineração nas suas águas, o Governo norueguês irá contrariar os princípios da sua posição de liderança como co-presidente do Painel do Oceano: o da responsabilidade e compromisso para com a preservação dos ecossistemas marinhos", afirmou Ana Matias da Sciaena, outra das associações presente no protesto que decorreu em Lisboa.